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HQ
"Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha" reúne histórias desenhadas por John Romita entre agosto de 1966 e junho de 1972
Álbum desvenda passado de herói aracnídeo
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Tobey Maguire e Kirsten Dunst
nem haviam nascido quando Peter Parker e Mary Jane Watson se
encontraram pela primeira vez,
nas páginas da "The Amazing
Spider-Man # 42", publicada em
1966 pela editora Marvel.
A história, terceira do então
ilustre desconhecido John Romita, recrutado para a difícil tarefa
de substituir o desenhista e co-criador do personagem, Steve
Ditko, na série reaparece em "Os
Maiores Clássicos do Homem-Aranha", que a editora Panini
lança agora no Brasil.
Cobrindo um período que vai
de agosto de 66 a junho de 72, a
compilação, editada nos EUA em
2001, faz um recorte de nove histórias que ajudaram a pavimentar
o nome de Romita entre os melhores artistas que já botaram as
mãos no cabeça de teia.
Em parceria com o não menos
lendário roteirista Stan Lee, o desenhista, que passaria quase 30
anos trabalhando para a Casa das
Idéias, é lembrado neste álbum
ilustrando lutas antológicas com
alguns dos mais tradicionais inimigos do aracnídeo, como Duende Verde ("ASM # 39" e "ASM #
40"), Rino ("ASM # 41") e Rei do
Crime ("ASM # 68").
Impressa no formato americano, em papel de ótima qualidade,
"Os Maiores Clássicos..." chega
em boa hora para os fãs mais novos do personagem e também para os saudosistas, que só puderam
ler as histórias publicadas aqui em
edições da série em preto-e-branco lançadas no final dos anos 90.
Tão oportuna quanto o tratamento gráfico dado ao álbum é a
nova tradução e adaptação do
material, que correria o risco de
cair no estereotipismo da década
de 60 -ainda que fosse justamente reduzindo a arquétipos,
simplificando ao máximo os personagens e situações, como o movimento estudantil e a Guerra do
Vietnã, que Stan Lee conseguia fazer tanto sucesso com os leitores.
Talvez pouco importe a quem
viu o herói no cinema, mas certamente a fonte de inspiração do diretor Sam Raimi, antes de rodar
seu milionário blockbuster, foram as histórias do escalador de
paredes geradas na chamada "Era
de Prata" dos quadrinhos americanos, quando sobravam talentos
como os de Jack Kirby e John Buscema, entre outros.
Muito da ingenuidade, do bom
humor e até da, digamos, "licença
poética" de suas HQs acabaram se
perdendo ao longo da vida do alter ego de Peter Parker. É bom poder voltar à época em que o maior
sonho do rapaz picado por uma
aranha modificada por radioatividade, e não pela moderna engenharia genética como nos querem
fazer crer os novos artistas que
trabalham com o Homem-Aranha, era comprar uma motoca.
"Os Maiores Clássicos..." recupera isso e outras coisas, o primeiro encontro do herói com o Doutor Estranho, a vez em que o
Duende Verde descobriu a identidade secreta do Aranha e a hoje
mortinha da silva Gwen Stacy.
Tudo com o traço inesquecível
de John Romita "Senior", cujo
herdeiro, John Romita Jr., é hoje
um dos desenhistas esporádicos
do personagem e que vem tentando, com resultados discutíveis,
honrar o sobrenome da família.
OS MAIORES CLÁSSICOS DO HOMEM-ARANHA. Roteiro: Stan Lee. Desenhos:
John Romita. Tradução e adaptação:
Mario Luiz C. Barroso. Editora: Panini
Comics. Preço: R$ 18,90 (196 págs.).
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