|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Roberto Duarte edita partitura integral da ópera
especial para a Folha
É difícil exagerar a importância
da revisão da partitura de "Il Guarany" feita pelo maestro Roberto
Duarte, a ser editada pela Funarte.
Até agora, todas as casas de ópera que se interessaram em montar
a ópera de Carlos Gomes tinham
de utilizar uma cópia manuscrita,
de autoria desconhecida, da Ricordi Brasileira, de São Paulo.
Impressa, só havia a redução
para canto e piano -editada em
conjunto pela Funarte e pela Ricordi, em 1986.
Com base nestas duas fontes
-e também em um manuscrito
autógrafo do compositor, com
várias inserções de diferentes copistas, obtido na seção de música
da Biblioteca Nacional, no Rio de
Janeiro-, Duarte produziu não
apenas a partitura completa de
orquestra (ou "grade"), como
uma nova redução para canto e
piano e as partes cavadas (partituras separadas de cada instrumento de orquestra).
E o melhor: o regente desconsiderou os cortes tradicionalmente
feitos no "Guarany", editando
uma partitura 100% integral. A
maior concessão a que Duarte se
permite é, na abertura (que Gomes chamou de sinfonia), indicar,
por meio de flechas, um dos cortes determinados pela tradição.
Trecho mais conhecido da ópera, devido à sua radiodifusão pelo
programa "A Voz do Brasil", a
abertura foi adicionada pelo compositor a "Il Guarany" apenas no
ano seguinte a sua estréia.
Na primeira récita da ópera, no
Teatro alla Scala, em Milão, em 19
de março de 1870, foi tocado um
prelúdio -mais simples e baseado no tema musical que acompanha o protagonista.
Em última análise, a decisão sobre qual executar (o prelúdio original ou a mais popular sinfonia)
cabe ao regente. Responsável pela
direção musical em Lisboa, o
maestro Luiz Fernando Malheiro
procura uma fórmula que permita que se toquem os dois.
(IFP)
Texto Anterior: Órgão comemora viagens Próximo Texto: Relâmpagos - João Gilberto Noll: A sessão Índice
|