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TELEVISÃO
Fausto põe Galvão para escanteio
TELMO MARTINO
Colunista da Folha
É melhor aproveitar agora,
que o "Domingão" voltou a ser de
seu legítimo dono, e não perder
um segundo sequer de sua longa
duração. Daqui a pouco, usando
o pretexto de algum campeonato,
aquele usurpador de domingão
entra aí, com seu perfil de ave de
rapina, e diz que o domingão é
dele. E não existe nada mais diferente do que o "Domingão do
Faustão" e -cruz credo!- o
"Domingão do Galvão".
A alegria foi tanta ao ver o "Domingão" com o Faustão que deu
até para tolerar (que suavidade!)
a presença de Zezé de Camargo e
Luciano como convidados especiais. Eles agora não são mais
cantores caipiras ou sertanejos.
São cantores românticos. Apesar
daquela gritaria de sentimentos.
Vestidos de preto até nos sapatos esdrúxulos, eles abusaram do
tom especial com que o Faustão
fala com baixinhos e crianças. Pegadinhas iam e vinham muito
bem estruturadas em seu abuso
das calcinhas das mulheres, e os
românticos continuavam.
Por falar em pegadinha, dizem
que elas vão acabar. Por quê? Será que foi por isso que a Lucimara
Parisi, a decana dos bastidores,
mostrou sua lourice ao vivo no
"Domingão" seguinte? Canto de
cisne? Tomara que não.
Esse "Domingão 2 do 2000" começou aliviando. Nada de romântico nanico cantando do alto
de seu topete. O pessoal do Tchan!
entrou logo com sua dança e foi
aquela festa de Sheilas, com muito Beto Jamanta. O Tchan é totalmente 2000. E a pegadinha afetando o Juca Chaves na sua preciosa vaidade foi a delícia.
Mais fascinante ainda é a desenvoltura tranquila com que o
Faustão sobrevive no comando
de tudo. Inclusive num novo rodízio de piadas do tipo em que se dá
o "Prêmio Nobel do Humor"
àquela que anuncia que o homem é como pão de forma: "Miolo mole e fácil de enrolar".
Ele e nós todos também sobrevivemos ao renascer do Milionário
e Zé Rico. Com a ajuda de um cômico chamado ShaoLin, um chinês da Paraíba totalmente engraçado, capaz de deixar Tom Cavalcante com as calças na mão.
Um dos quadros mais certos
que o "Domingão" já teve em sua
longa vida de acertos é esse chamado "Videokê". Abre a porta
para famosos de outros horários.
O "Domingão" que chamou a
trinca da Casseta foi festa de muita felicidade. Marcelo Madureira,
aquele que está emagrecendo o
Bussunda de ciúmes, teve revividos seus momentos gloriosos de
Coisinha de Jesus. Nem precisava.
Quando reviveu a boêmia do
Nelson Gonçalves foi, mais uma
vez, estrondosamente engraçado.
Se a Casseta perdeu, foi pela injustiça de o rival "Sai de Baixo"
trazer o menino Caquinho para
competir. A única represália possível é comprar todos os volumes
de piadas da Casseta. Se a estante
estiver lotada, abra caminho jogando fora o Marcel Proust traduzido para o português.
Ainda bem que no "Domingão"
seguinte fez-se justiça. Orlando
Drumond, o seu Peru, ganhou
cantando "Copacabana", como
se ele fosse a princesinha do mar.
Aproveitem a ausência do Galvão.
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