São Paulo, Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2000


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TELEVISÃO

Fausto põe Galvão para escanteio

TELMO MARTINO
Colunista da Folha

É melhor aproveitar agora, que o "Domingão" voltou a ser de seu legítimo dono, e não perder um segundo sequer de sua longa duração. Daqui a pouco, usando o pretexto de algum campeonato, aquele usurpador de domingão entra aí, com seu perfil de ave de rapina, e diz que o domingão é dele. E não existe nada mais diferente do que o "Domingão do Faustão" e -cruz credo!- o "Domingão do Galvão".
A alegria foi tanta ao ver o "Domingão" com o Faustão que deu até para tolerar (que suavidade!) a presença de Zezé de Camargo e Luciano como convidados especiais. Eles agora não são mais cantores caipiras ou sertanejos. São cantores românticos. Apesar daquela gritaria de sentimentos.
Vestidos de preto até nos sapatos esdrúxulos, eles abusaram do tom especial com que o Faustão fala com baixinhos e crianças. Pegadinhas iam e vinham muito bem estruturadas em seu abuso das calcinhas das mulheres, e os românticos continuavam.
Por falar em pegadinha, dizem que elas vão acabar. Por quê? Será que foi por isso que a Lucimara Parisi, a decana dos bastidores, mostrou sua lourice ao vivo no "Domingão" seguinte? Canto de cisne? Tomara que não.
Esse "Domingão 2 do 2000" começou aliviando. Nada de romântico nanico cantando do alto de seu topete. O pessoal do Tchan! entrou logo com sua dança e foi aquela festa de Sheilas, com muito Beto Jamanta. O Tchan é totalmente 2000. E a pegadinha afetando o Juca Chaves na sua preciosa vaidade foi a delícia.
Mais fascinante ainda é a desenvoltura tranquila com que o Faustão sobrevive no comando de tudo. Inclusive num novo rodízio de piadas do tipo em que se dá o "Prêmio Nobel do Humor" àquela que anuncia que o homem é como pão de forma: "Miolo mole e fácil de enrolar".
Ele e nós todos também sobrevivemos ao renascer do Milionário e Zé Rico. Com a ajuda de um cômico chamado ShaoLin, um chinês da Paraíba totalmente engraçado, capaz de deixar Tom Cavalcante com as calças na mão.
Um dos quadros mais certos que o "Domingão" já teve em sua longa vida de acertos é esse chamado "Videokê". Abre a porta para famosos de outros horários. O "Domingão" que chamou a trinca da Casseta foi festa de muita felicidade. Marcelo Madureira, aquele que está emagrecendo o Bussunda de ciúmes, teve revividos seus momentos gloriosos de Coisinha de Jesus. Nem precisava.
Quando reviveu a boêmia do Nelson Gonçalves foi, mais uma vez, estrondosamente engraçado. Se a Casseta perdeu, foi pela injustiça de o rival "Sai de Baixo" trazer o menino Caquinho para competir. A única represália possível é comprar todos os volumes de piadas da Casseta. Se a estante estiver lotada, abra caminho jogando fora o Marcel Proust traduzido para o português.
Ainda bem que no "Domingão" seguinte fez-se justiça. Orlando Drumond, o seu Peru, ganhou cantando "Copacabana", como se ele fosse a princesinha do mar. Aproveitem a ausência do Galvão.



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