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VÍDEO LANÇAMENTOS
"A Cicatriz", filme censurado do cineasta polonês, chega ao vídeo; críticos analisam fronteiras entre arte e política
Kieslowski proibido
INÁCIO ARAUJO
Crítico de Cinema
O polonês
Krzysztof Kieslowki (1941-1996) tornou-se conhecido
internacionalmente com a série "Decálogo", série de dez filmes inspirados nos Dez Mandamentos, e
mais especificamente com os dois
longas-metragens tirados da série: "Não Amarás" e "Não Matarás".
Tanto no "Decálogo" (1988) como nos dois longas chamava a
atenção a relação que estabelecia
entre a arquitetura padrão dos
prédios poloneses e a vida com
poucas dimensões que descrevia.
Desde o título, esses filmes afirmavam seu vínculo com o catolicismo.
Nos anos 90, estabelece-se na
França, onde roda inicialmente
"A Dupla Vida de Véronique", filme personalíssimo, já que a Véronique do título é, no fundo, o próprio Kieslowski. A primeira Véronique, polonesa, deve morrer para que viva uma segunda, francesa.
Kieslowski deu prova da ligação
ao nosso país rodando uma trilogia dedicada às cores da bandeira
francesa e ao lema da Revolução
de 1789 -que chegará às locadoras em DVD, pela Versátil. Ainda
assim, sobretudo em "À Igualdade É Branca", dá mostras de que
não havia esquecido a Polônia,
onde se passa parte da ação do filme.
Num país como a França, em
que os cineastas parecem ter perdido o prazer de filmar as cidades,
especialmente Paris, Kieslowski
manifestou intensamente esse
prazer. Embora a presença da arquitetura se manifeste, como nos
tempos da Polônia, o sentido é
bem diverso. Kieslowski parecia
sentir intenso prazer em estar longe de seu país de origem.
Após concluir a trilogia, optou
precocemente pela aposentadoria. Tempos depois, em 1996,
morre aos 54 anos em Varsóvia
após ataque cardíaco.
Lançamento: A Cicatriz
Título original: Blizna
Produção: Polônia, 1976
Distribuidora: Cult Filmes
DVD: A Liberdade é Azul, A Igualdade é Branca e A Fraternidade é Vermelha
Distribuidora: Versátil (em breve nas locadoras)
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