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MÚSICA
Soulfly é atração principal do Abril pro Rock
MARCOS FILIPPI
especial para a Folha
A banda Soulfly, do vocalista e
guitarrista Max Cavalera, será o
destaque da oitava edição do festival pernambucano Abril pro
Rock. Considerado o principal
evento para revelar novos talentos do pop brasileiro, o festival será realizado de 7 a 9 de abril, no
Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.
Além do Soulfly, irão se apresentar outros nomes conhecidos,
como Os Paralamas do Sucesso,
Replicantes, Plebe Rude, Otto e
Devotos. Grupos e artistas mais
regionais, que ainda não têm gravadora ou CD lançados, como
Comadre Florzinha, Ataque Suicida, Sistema X, Supersonics, Bia
Grabois, Cidadão Instigado e outros, completam a relação de 22
atrações que se dividirão em dois
palcos (leia quadro acima).
A programação ainda não está
totalmente fechada. A produção
do festival tenta levar ao Recife a
banda colombiana de rock Aterciopelados. Caso as negociações
não se concretizem, entra o grupo
carioca Los Hermanos.
O acordo para a vinda do
Soulfly está praticamente concluído, falta apenas assinar o contrato. "Estamos muito felizes em poder voltar ao Brasil", conta Glória,
mulher e empresária de Max Cavalera.
Esta será a segunda vez que Max
irá se apresentar no festival pernambucano. A primeira foi em
1997, quando, logo após ter deixado o Sepultura, o vocalista se juntou à Nação Zumbi (sem Chico
Science havia poucos meses) para
a apresentação.
"Queríamos também incluir na
programação do Abril pro Rock
deste ano o grupo japonês Cibo
Mato", conta o produtor e organizador do evento, Paulo André, 32.
"Mas a mãe de uma das duas integrantes ficou doente, e elas resolveram ficar no Japão."
A principal novidade do festival
deste ano será a área reservada
para o "after show". Uma tenda
será montada no Centro de Convenções, onde DJs passarão a se
apresentar após as bandas.
"A idéia é colocar dois DJs por
noite para ficarem discotecando
até tarde. Teremos uma espécie
de rave para segurar o público no
local após os shows."
Orçado em aproximadamente
R$ 500 mil, o festival também seria realizado este ano no Sesc
Pompéia, em São Paulo. Mas, segundo Paulo André, a edição paulistana do Abril pro Rock teve de
ser adiada para 2001 devido à falta
de patrocinadores.
Apesar de ter revelado ou impulsionado a carreira de artistas
como Chico Science & Nação
Zumbi, Mundo Livre S/A, Gabriel
o Pensador, Mestre Ambrósio e
Skank, Paulo acredita que o Abril
pro Rock não tem mais a obrigação de revelar novos talentos para
as gravadoras.
"Não dá para entender o que
passa na cabeça de um diretor de
gravadora", afirma Paulo. "Em
1998, só para citar um exemplo,
uma senhora chamada Lia de Itamaracá fez com que o Centro de
Convenções inteiro dançasse.
Ninguém quis gastar R$ 30 mil
para lançá-la em CD. Optaram
por colocar no mercado um monte de clones de Planet Hemp e
Raimundos. Por isso, digo apenas
que o Abril pro Rock tem a obrigação de satisfazer seu público."
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