São Paulo, Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2000


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MÚSICA

Soulfly é atração principal do Abril pro Rock

MARCOS FILIPPI
especial para a Folha

A banda Soulfly, do vocalista e guitarrista Max Cavalera, será o destaque da oitava edição do festival pernambucano Abril pro Rock. Considerado o principal evento para revelar novos talentos do pop brasileiro, o festival será realizado de 7 a 9 de abril, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.
Além do Soulfly, irão se apresentar outros nomes conhecidos, como Os Paralamas do Sucesso, Replicantes, Plebe Rude, Otto e Devotos. Grupos e artistas mais regionais, que ainda não têm gravadora ou CD lançados, como Comadre Florzinha, Ataque Suicida, Sistema X, Supersonics, Bia Grabois, Cidadão Instigado e outros, completam a relação de 22 atrações que se dividirão em dois palcos (leia quadro acima).
A programação ainda não está totalmente fechada. A produção do festival tenta levar ao Recife a banda colombiana de rock Aterciopelados. Caso as negociações não se concretizem, entra o grupo carioca Los Hermanos.
O acordo para a vinda do Soulfly está praticamente concluído, falta apenas assinar o contrato. "Estamos muito felizes em poder voltar ao Brasil", conta Glória, mulher e empresária de Max Cavalera.
Esta será a segunda vez que Max irá se apresentar no festival pernambucano. A primeira foi em 1997, quando, logo após ter deixado o Sepultura, o vocalista se juntou à Nação Zumbi (sem Chico Science havia poucos meses) para a apresentação.
"Queríamos também incluir na programação do Abril pro Rock deste ano o grupo japonês Cibo Mato", conta o produtor e organizador do evento, Paulo André, 32. "Mas a mãe de uma das duas integrantes ficou doente, e elas resolveram ficar no Japão."
A principal novidade do festival deste ano será a área reservada para o "after show". Uma tenda será montada no Centro de Convenções, onde DJs passarão a se apresentar após as bandas.
"A idéia é colocar dois DJs por noite para ficarem discotecando até tarde. Teremos uma espécie de rave para segurar o público no local após os shows."
Orçado em aproximadamente R$ 500 mil, o festival também seria realizado este ano no Sesc Pompéia, em São Paulo. Mas, segundo Paulo André, a edição paulistana do Abril pro Rock teve de ser adiada para 2001 devido à falta de patrocinadores.
Apesar de ter revelado ou impulsionado a carreira de artistas como Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Gabriel o Pensador, Mestre Ambrósio e Skank, Paulo acredita que o Abril pro Rock não tem mais a obrigação de revelar novos talentos para as gravadoras.
"Não dá para entender o que passa na cabeça de um diretor de gravadora", afirma Paulo. "Em 1998, só para citar um exemplo, uma senhora chamada Lia de Itamaracá fez com que o Centro de Convenções inteiro dançasse. Ninguém quis gastar R$ 30 mil para lançá-la em CD. Optaram por colocar no mercado um monte de clones de Planet Hemp e Raimundos. Por isso, digo apenas que o Abril pro Rock tem a obrigação de satisfazer seu público."


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