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Retração asiática favoreceu filme
do enviado especial a Berlim
"Central do Brasil" foi o filme
certo na hora certa.
Além das qualidades próprias
-que superam deficiências de roteiro-, o terceiro longa de Walter
Salles pousou no circuito internacional de festivais num momento
de vácuo, propiciado pela retração
das duas últimas grandes ondas
regionais: o cinema iraniano e o
do eixo China-Hong Kong-Taiwan.
É cedo para prognosticar uma
explosão de interesse no cinema
brasileiro, mas a reconquista da
atenção internacional pulou alguns degraus com o triunfo de Salles e a indicação para o Oscar de
"O Que É Isso, Companheiro?" de
Bruno Barreto.
"Central do Brasil" merecia vencer? O quase consenso em torno
da premiação indica que sim. A
atriz francesa Jeanne Moreau, presidindo certa vez o júri de Cannes,
defendeu que os vitoriosos em
grandes festivais impõem-se por
sua própria excelência.
O filme de Walter Salles exibiu a
sua, assim como "The Big Lebowski" dos irmãos Coen, injustamente esnobado pelo júri. "Nó na
Garganta", de Neil Jordan, também chegou quase lá. O Urso de
Prata de melhor diretor carrega
um implícito reconhecimento
deste "quase".
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