São Paulo, terça, 24 de fevereiro de 1998

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Retração asiática favoreceu filme

do enviado especial a Berlim

"Central do Brasil" foi o filme certo na hora certa.
Além das qualidades próprias -que superam deficiências de roteiro-, o terceiro longa de Walter Salles pousou no circuito internacional de festivais num momento de vácuo, propiciado pela retração das duas últimas grandes ondas regionais: o cinema iraniano e o do eixo China-Hong Kong-Taiwan.
É cedo para prognosticar uma explosão de interesse no cinema brasileiro, mas a reconquista da atenção internacional pulou alguns degraus com o triunfo de Salles e a indicação para o Oscar de "O Que É Isso, Companheiro?" de Bruno Barreto.
"Central do Brasil" merecia vencer? O quase consenso em torno da premiação indica que sim. A atriz francesa Jeanne Moreau, presidindo certa vez o júri de Cannes, defendeu que os vitoriosos em grandes festivais impõem-se por sua própria excelência.
O filme de Walter Salles exibiu a sua, assim como "The Big Lebowski" dos irmãos Coen, injustamente esnobado pelo júri. "Nó na Garganta", de Neil Jordan, também chegou quase lá. O Urso de Prata de melhor diretor carrega um implícito reconhecimento deste "quase".



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