São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2000


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MODA
Vestidos valem quase mais que estatuetas, e estilistas disputam para vestir atrizes
Festa atiça o mundo das tesouras


das agências internacionais

É temporada de Oscar e em Hollywood as pessoas estão em pânico tentando descobrir o que usar na cerimônia.
Astros de cinema, suas famílias, amigos, agentes, estilistas, produtores, a imprensa, os seguranças temporários e uma coleção excêntrica de aspirantes a alguma coisa se consomem na preparação.
Os prêmios anuais da Academia, criados 72 anos atrás como uma pequena festa de final de ano para um punhado de magnatas do cinema, se tornaram um dos desfiles de moda mais longos e acompanhados do mundo, com os trajes mostrados no famoso tapete vermelho quase eclipsando os prêmios.
Um erro no guarda-roupa do Oscar é um pesadelo que pode ser lembrado por anos. Já os acertos podem fazer de uma atriz um ícone instantâneo -sem esquecer a exposição que isso dá aos estilistas.
Houve um período em que as estrelas ainda se sentiam seguras usando vestidos que tinham nos armários ou peças dos filmes em que trabalhavam. Em 1945, Ingrid Bergman usou na cerimônia do Oscar o mesmo vestido do ano anterior. E não usou maquiagem, de acordo com a Fox. E Joan Crawford, que estava com gripe, aceitou seu Oscar por "Alma em Suplício" (45) usando uma camisola. Em 74, Katherine Hepburn foi à cerimônia vestindo um macacão de jardinagem preso com alfinetes de gancho. E em 77 Diane Keaton recebeu seu Oscar por "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" usando um paletó de homem.
Mas hoje em dia trajes improvisados são uma raridade no Oscar. Há muitos dependendo daquilo que os astros vestirão, especialmente as dez indicadas aos prêmios de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, que passam por mais escrutínio estilístico em umas poucas semanas do que Cindy Crawford teria de enfrentar em toda a sua carreira.
Os principais costureiros do mundo começaram a oferecer a essas atrizes criações exclusivas, no ano passado, esperando obter publicidade. Nas semanas que antecedem o programa, costureiros, joalheiros e cabeleireiros voam para Los Angeles a fim de cortejar agressivamente as estrelas, oferecendo de graça roupas que podem custar até US$ 100 mil, ou mais, se incluirmos vestidos microscópicos de US$ 80 mil, cortes de cabelo de US$ 300, braceletes de diamante de US$ 500 mil e óculos escuros cravejados de diamantes de US$ 28 mil, da Ray-Ban.
Até mesmo a Victoria's Secret (famosa marca de lingerie) decidiu entrar na parada este ano, oferecendo às estrelas peças desenhadas para o Oscar.
Hilary Swank, indicada como melhor atriz por seu papel em "Meninos Não Choram", é a garota do momento deste ano. Ela foi inundada de ofertas, porque é jovem, magra e alta -e deve ganhar, de acordo com Tom Julian, estilista e analista de tendências da Oscar.com.
"Há sempre os cobiçados, os rostos mais novos, frescos", diz Julian. "Hilary interpreta um personagem que se veste de menino, e a maioria das pessoas ainda não viu seu outro lado. O estilista que conseguir vesti-la poderá expor essa faceta oculta."
A principal concorrente de Swank ao Oscar é Annette Bening, a estrela de "Beleza Americana", que normalmente usa tailleurs refinados, mas, com parto previsto para a noite do prêmio, e sem saber se vai para a maternidade ou para o Shrine Auditorium, vesti-la será um desafio. Ainda assim, muitos deles a vem cortejando, bem como a Angelina Jolie, Chloë Sevigny, Toni Collette e Meryl Streep.
As tendências do Oscar tendem a ser menos ligadas à moda e mais aparentadas ao glamour clássico. Ainda assim, alguém com certeza irá à cerimônia usando um vestido diáfano com decote abissal e recortes muito reveladores, dizem os estilistas. Afinal, isso é Hollywood, não Harvard.


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