São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2000


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MUNDO GOURMET
O bistrô da praça da República

JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Quem tiver olhos para ver o lado histórico da praça da República vai ficar agradavelmente surpreso ao entrar na padaria, confeitaria e restaurante La Republique.
Enquanto a cidade vai enterrando seu passado, esse simulacro de bistrô francês faz o contrário: mimetiza-se na paisagem antiga, finge que é velho e, com apenas um ano de vida, parece testemunhar pelo menos um século de história.
O Republique foi montado como se fosse um velho restaurantinho francês. Curiosamente, o local onde se enfiou, no térreo de um prédio de esquina da praça, tem a economia de espaços e detalhes arquitetônicos que remetem mesmo aos pequenos bistrôs de Paris. Impressão realçada pela decoração do térreo (onde fica a confeitaria) e do mezanino, onde a sala é ocupada por mesas de mármore, sem toalha, e emolduradas por um legítimo tapete Aubusson.
O clima foi recriado pelo proprietário, o francês Ange Guimera, 66, no Brasil desde 1963. Embora trabalhe com importação de máquinas, Guimera já teve restaurante em Cannes, abriu outro na serra da Cantareira, nos anos 80, e, desde janeiro do ano passado, toca o La Republique.
Aqui ele vende pães e doces no andar de baixo e serve somente almoço no andar de cima. São pratos tradicionais de bistrô: boeuf bourguignon, cassoulet e outros, sempre a R$ 9,80 (salada incluída). Há também um prato de frios importados.
Os pratos são bem autênticos, embora sofram os males dos congelados. As sobremesas (produzidas por um pâtissier marroquino, Rachid) são direitas. Uma comida simples e sincera que, ao lado de um vinho francês despretensioso, propiciam uma pequena viagem no tempo e no espaço.


Cotação: $ Avaliação: regular

Restaurante: La Republique Endereço: praça da República, 127/137 (centro), tel. 0/xx/11/3159-0371 Horário: segunda a sexta, 11h/20h; sábado e domingo, 11h/18h Ambiente: tipicamente de um bistrô francês simples; acanhado mas acolhedor Serviço: rudimentar Cozinha: francesa de bistrô, pratos clássicos com ar de autenticidade Cartão: não aceita Preços: buffet de saladas, R$ 4,80; pratos principais, R$ 4,80 a R$ 9,80; sanduíches, R$ 1,40 a R$ 3,50; sobremesas, R$ 1 a R$ 3


$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  

País do bacalhau - 1
Oslo, na Noruega, não está longe do mundo em matéria de gastronomia. Uma das provas é o restaurante Terra (Stortingsgt, 2): tem pratos modernos e bem acabados como bochechas de bacalhau, o tamboril com risoto de pimentão e o cordeiro com cuscuz e creme de alho. Acompanhados de bons vinhos.

País do bacalhau - 2
A surpresa fica fora dos maiores centros. Em Svolvaer, pequena cidade pesqueira do norte, pode-se provar deliciosas línguas de bacalhau empanadas com creme de manjericão ou o bacalhau seco (não salgado) com legumes, bem contemporâneos. Na Borsen Spiseri (Gunnar Bersvei, 2).

País do bacalhau - 3
Ainda nas ilhas pesqueiras, pode-se também ficar com o tradicional. Como ovas de bacalhau fritas, ensopados de rena ou um guisado de baleia, carne escura e firme. Só não peça salmão: nenhum restaurante perde tempo oferecendo prato tão trivial.


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