São Paulo, Quarta-feira, 24 de Março de 1999
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"ANDANDO NAS NUVENS"/CRÍTICA
Nova novela parou no tempo

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
Editor do TV Folha

Marco Nanini "acordou" após 18 anos de "doença do sono" anteontem no primeiro capítulo da novela "Andando nas Nuvens", da Rede Globo. Quando ele assistir um pouco de TV, na certa vai pedir para dormir mais uns aninhos.
É que o mundo todo mudou muito, menos o universo no qual Otávio Montana (Nanini) vive, o das novelas.
Em 81, quando ele "dormiu", Natália do Valle e dois Tony Ramos dançavam em "Baila Comigo", de Manoel Carlos, às 20h, e Glória Menezes e Maitê Proença disputavam Paulo Goulart em "Jogo da Vida", de Sílvio de Abreu, às 19h. Ou seja: os mesmos autores e atores de "Torre de Babel" e "Por Amor".
Mas nem tudo está perdido. Na estréia, "Andando nas Nuvens" apresentou muita ação e um elenco simpático, cheio de galãs (como Marcos Palmeira e Marcelo Novaes) e que traz de volta às novelas duas estrelas do saudoso "TV Pirata" (Débora Bloch e Nanini).
Alguns atores vieram apenas repetir performances de sucesso, como Vivianne Pasmanter, cuja Bete ressuscita a Laura de "Por Amor", Nicette Bruno (a mãe superprotetora de sempre) e Cláudio Marzo, novamente um empresário malvado, como em "Era uma Vez".
O pior de tudo na estréia foi a cena em que a superjornalista de Débora Bloch se disfarça e invade a suíte de hotel onde se hospeda um empresário árabe que não quis lhe dar uma entrevista. Lá ela fuça as coisas do sujeito e obtém informações da maneira menos ética possível. Em que "padrão" de jornalismo se inspiraram?


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