São Paulo, sexta, 24 de abril de 1998

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Óperas, livros, filmes e publicidades estão na mira

especial para a Folha, de Londres

No ano passado, a TV inglesa mostrou anúncios do novo carro Ford Saloon cortado ao meio, com cada metade inserida em um tanque de formol, a la Damien Hirst.
Os chargistas dos jornais ingleses volta e meia desenham políticos imersos em formol. Já o "popstar" Dave Stewart (ex-Eurythmics) compôs uma canção intitulada "Damien Save Me".
O designer da alta costura Ozbek lançou um vestido reproduzindo as pinturas de bolas de Hirst. E camisetas com as mesmas bolotas podem ser compradas na Royal Academy of Arts, que também vende pôsteres e cartões-postais das obras do artista inglês Damien Hirst.
"Hirst" chegou mesmo a ser a resposta para uma questão sobre polêmica e arte nas palavras cruzadas do respeitado jornal "The Guardian".
Na Inglaterra, Damien Hirst deixou de ser o nome de uma pessoa e passou a significar uma entidade publicitária multimídia. Não é a toa que, sete meses atrás, Hirst fundou seu próprio escritório, o Science Ltd, para manter engrenados os mecanismos da celebridade e sustentar as ofertas de participações nos mais variados empreendimentos.
A idéia foi de Hugh Allan, assistente do insaciável artista desde 1991, hoje diretor de Science.
"Era o que Damien precisava", diz Allan. "Agora ele voltou a frequentar o ateliê e se concentrar mais em seu trabalho de arte, mas temos muitos projetos borbulhando que não são estritamente arte", disse.
As atividades no escritório de Science, passada a montagem de Pharmacy, envolvem toda a complexidade e diversidade da ambição de Hirst:
Há a produção de dois novos livros - uma antologia de entrevistas do artista, e um "The Making of Pharmacy", que catalogará todo o processo da realização do restaurante.
Na agenda também está a criação de um longa-metragem animado sobre o tema "Do nascimento à morte" - Hirst, como mentor, elaborou 20 tópicos que ele considera cruciais na vida e convidou animadores profissionais para fazer cada segmento.
Há ainda a concepção e construção do cenário para a ópera pós-moderna "Agongo", produzida por Malcolm McLaren (ex-empresário dos Sex Pistols).
Nesse ramo, Hirst também está coordenando um projeto em colaboração com o vanguardista diretor de ópera David Freeman e o "cool" líder da banda Pulp, Jarvis Cocker.
"E acabamos de ser convidados para fazer a campanha publicitária do novo Fusca da Volkswagen", informa Allan, adiantando também que "existe uma grande possibilidade de abrirmos um outro Pharmacy em Berlim, e depois Paris". Como se trata de Damien Hirst, Vê-se que o mundo realmente é o limite. (CF)


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