São Paulo, sexta, 24 de abril de 1998

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GASTRONOMIA
Saem 'Mundo do Whisky' e 'Malt Whisky'

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

"O Mundo do Whisky", de Jim Murray, e "Malt Whisky", de Charles MacLean, são livros que ajudam a desvendar os segredos que rodeiam esses famosos destilados de cereais.
Apesar de abordarem praticamente o mesmo tema, longe de serem redundantes, as duas obras se complementam .
"O Mundo do Whisky" dedica as páginas iniciais a explicar quais os ingredientes principais da bebida e o seu processo básico de elaboração e maturação.
Nessa área, não acrescenta nada com relação ao que já foi dito em textos anteriores.
O livro decola a seguir, quando Murray se embrenha na história e composição dos uísques escoceses, irlandeses, canadenses, dos "bourbon" e "rye" norte-americanos e dos maltes japoneses, colocando também o leitor em contato com destilados de regiões menos conhecidas, como Nova Zelândia, República Tcheca, Índia, Turquia e Paquistão.
Os uísques de 150 destilarias do planeta são também descritos e comentados por Murray.
As suas avaliações às vezes são duras -o escocês Tormore é qualificado de "medonho"- e algumas podem surpreender -como quando afirma que certos exemplares japoneses têm um nível superior a alguns dos seus (renomados) pares escoceses.
As opiniões estão alicerçadas na experiência de um autor que tem dedicado os últimos 20 anos a visitar a maioria das destilarias de uísque do mundo, degustando, in loco, seus produtos.
Malte e água
"Malt Whisky", de Charles MacLean, como o próprio nome sugere, é dedicado aos maltes escoceses -elaborados 100% com cevada maltada, parcialmente germinada e secada em estufas-, a elite desses destilados.
Nele, MacLean trata com profundidade inédita do processo de elaboração da bebida e a sua degustação, temas até hoje pouco abordados pela literatura especializada.
Ele descreve de maneira detalhada, em linguagem fácil, as etapas que transformam malte e água em uísque, indicando como a qualidade e características dos componentes, sua destilação e o envelhecimento em barris de carvalho influirão no sabor e aroma final.
No capítulo da degustação, MacLean indica os diferentes passos a serem seguidos para a sua apreciação visual, olfativa e gustativa, a temperatura ideal para realizá-la (15 graus Celsius), o melhor ambiente e tipo de copo e como efetuar a diluição com água do uísque para melhor apreciá-lo.
Uma relação de aromas ajuda a descobrir a origem do perfume da bebida e um glossário de termos usados em degustação ilustram como descrever o seu estilo e paladar.



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