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"Bernard amava a profissão e fazia tudo para ser um dos maiores", diz Troisgros
DA REPORTAGEM LOCAL
Conterrâneo de Bernard Loiseau, Claude Troisgros o conheceu quando ele, ainda garoto, foi trabalhar como aprendiz
ao lado de seu tio Jean e de seu
pai, Pierre, no Hôtel Moderne,
em Roanne, no então restaurante "Les Frères Troisgros".
"Depois, fui jantar várias vezes no restaurante dele [La Côte d'Or]. Era um grande chef.
Revolucionou a culinária. Cozinhava com água, não com caldos, o que o deixou famoso. É
uma pena não estar mais aqui",
diz Claude. "A imagem que tenho do Bernard é a de que ele
era um "bon vivant", bonachão,
que amava a nossa profissão e
fazia tudo para ser um dos
maiores da França e do mundo.
Nunca o vi triste. Em geral, essas pessoas muito fortes de um
lado são depressivas de outro."
Seguindo o caminho contrário do irmão, Michel (que toca o
restaurante da família, um três-estrelas há 39 anos), Claude
veio para o Brasil aos 23 anos e
aqui construiu e consolidou
uma carreira de sucesso. Apesar de não ter sentido o peso da
crítica gastronômica francesa
(tida como a mais ferrenha de
todas), comenta que hoje nem
todos os chefs vivem em função
das famosas "estrelas".
"O crítico de uma revista, ou
de um guia, é sempre uma coisa
pesada para o chef e para o restaurante, em qualquer país. Você espera ter uma crítica boa.
Agora, se é ruim, é claro que pesa muito na sua cabeça. Na
França, o "Michelin" faz a diferença. Faz com que os chefs estrelados vivam em função disso. Mas atualmente há uma onda de chefs que não querem saber do "Michelin". Ter uma,
duas ou três estrelas é um problema que eles não querem."
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