São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007

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"Bernard amava a profissão e fazia tudo para ser um dos maiores", diz Troisgros

DA REPORTAGEM LOCAL

Conterrâneo de Bernard Loiseau, Claude Troisgros o conheceu quando ele, ainda garoto, foi trabalhar como aprendiz ao lado de seu tio Jean e de seu pai, Pierre, no Hôtel Moderne, em Roanne, no então restaurante "Les Frères Troisgros".
"Depois, fui jantar várias vezes no restaurante dele [La Côte d'Or]. Era um grande chef. Revolucionou a culinária. Cozinhava com água, não com caldos, o que o deixou famoso. É uma pena não estar mais aqui", diz Claude. "A imagem que tenho do Bernard é a de que ele era um "bon vivant", bonachão, que amava a nossa profissão e fazia tudo para ser um dos maiores da França e do mundo. Nunca o vi triste. Em geral, essas pessoas muito fortes de um lado são depressivas de outro."
Seguindo o caminho contrário do irmão, Michel (que toca o restaurante da família, um três-estrelas há 39 anos), Claude veio para o Brasil aos 23 anos e aqui construiu e consolidou uma carreira de sucesso. Apesar de não ter sentido o peso da crítica gastronômica francesa (tida como a mais ferrenha de todas), comenta que hoje nem todos os chefs vivem em função das famosas "estrelas".
"O crítico de uma revista, ou de um guia, é sempre uma coisa pesada para o chef e para o restaurante, em qualquer país. Você espera ter uma crítica boa. Agora, se é ruim, é claro que pesa muito na sua cabeça. Na França, o "Michelin" faz a diferença. Faz com que os chefs estrelados vivam em função disso. Mas atualmente há uma onda de chefs que não querem saber do "Michelin". Ter uma, duas ou três estrelas é um problema que eles não querem."


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