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Exposição reúne os ícones da Geração 80
Agnaldo Farias defende versatilidade da
Geração 80 em mostra no Tomie Ohtake
Exposição traz cem obras
de 71 artistas, como Nuno
Ramos, Rodrigo Andrade,
Nelson Felix, Adriana
Varejão e Beatriz Milhazes
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
"A Geração 80 é muito mais
que a [geração] do ressurgimento da pintura." A frase do
curador Agnaldo Farias indica
a reavaliação que ele pretende
empreender na mostra "80/90
- Modernos, Pós-Modernos
Etc", que é aberta hoje no Instituto Tomie Ohtake.
Com 71 artistas e cem obras,
a exposição apresenta nomes
que se projetaram a partir de
1985 e afirmaram sua produção
até a década seguinte, às vezes
distantes do que faziam no início da carreira.
"Tentei escolher trabalhos
nos quais o estilo do artista já
estivesse consolidado, não seus
passos iniciais", afirma o curador. "Nos anos 80, creio que o
mais importante foi o surgimento desses novos artistas e a
definição de um verdadeiro
mercado de arte."
De acordo com Farias, a obra
dos 71 nomes presentes na
mostra se divide em dois eixos
principais: o diálogo com a herança artística moderna e a sintonia com novos movimentos
que se desenvolviam no exterior, mesclando referências
-daí vem o título da exposição.
"O debate artístico cresceu
muito a partir dessa época, com
essas duas fortes vertentes. Por
isso, quis criar diálogos plásticos entre elas", diz ele, que dá
como exemplo a entrada da primeira sala da mostra: "Há o trabalho do Jorge Guinle [1947-1987], o mais velho dos artistas
naqueles anos, em que ele relê
Matisse e o expressionismo
abstrato, frente a frente com a
Adriana Varejão, a mais nova
da seleção, que cruza referências do barroco, do colonial e
cria uma obra de tom multicultural, bastante pós-moderna".
Na mesma sala, os cruzamentos continuam, aponta o
curador. Há uma tela de Rodrigo Andrade -"na qual ele claramente se refere a Van Gogh"-
e outras obras de variados suportes, como a escultura de
"geometria doce" de Ester
Grinspum e a "Língua", de Nelson Felix, que sai da parede e se
espalha pelo chão.
A pintura, no entanto, não
deixa de estar presente. Na segunda sala, duas telas de Luiz
Zerbini ficam perto de trabalhos de Beatriz Milhazes -"já
com sua obra mais amadurecida", ressalta o curador, que escolheu "Aída! Eu", de 1989-,
Ana Horta e Cristina Canale.
E os artistas mais ligados à
"revalorização da pintura", como Nuno Ramos e Paulo Monteiro, são vistos de modo mais
amplo, segundo o curador.
Ramos apresenta duas das
maiores obras da mostra, telas
de altura de 3,60 m e 2,60 m,
"de grande materialidade", diz
Farias. Já Monteiro é representando por uma escultura de
chumbo, de 1998.
80/90 - MODERNOS, PÓS-MODERNOS ETC
Quando: abertura hoje, às 20h; de ter.
a dom., das 11h às 20h; até 15/7
Onde: Instituto Tomie Ohtake (av. Brigadeiro Faria Lima, 201, SP, tel. 0/xx/
11/2245-1900
Quanto: entrada franca
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