São Paulo, quarta, 24 de junho de 1998

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NETVOX
Aura digital

MARIA ERCILIA
do Universo Online


Call, personagem de Winona Ryder em "Alien 4", usa uma bombinha para simular o hálito de um vilão. Assim disfarçada, consegue ultrapassar uma porta de aspecto intransponível. A cena é um dos poucos lances de humor de um filme pesado e afetado -e com certeza é a menos impossível.
O uso das medidas, formatos e cores da anatomia humana para verificação de identidade tem nome: é a biométrica. Ou, para quem prefere algo mais poético, aura digital.
Esses sistemas estão deixando de ser coisa de filme. Um teclado especial (www.keytronic.com) pode escanear impressões digitais. Um sistema de reconhecimento de voz (www.veritelcorp.com) analisa a voz de uma pessoa em um minuto. Outros sistemas: verificação da íris, reconhecimento de rostos (www.miros.com) e de formato das mãos.
A maioria desses sistemas já funciona e está pronta para instalação em computadores, caixas automáticos, máquinas de ponto etc.
A biométrica parece que empresta olhos, ouvidos e tato a um mundo de máquinas cegas e surdas que têm por tarefa reconhecer e confirmar a identidade das pessoas. Pode ajudar a resolver problemas comuns no mundo informatizado, em que números e códigos dão acesso ao crédito e à identidade de qualquer desprevenido.
Mas pensemos somente no comércio. Os novos sistemas de pagamento, cada vez mais, obrigam o comprador a entregar sua identidade, seja em códigos e números, seja, num futuro próximo, em pedaços da sua anatomia.
Os smart cards que estão sendo desenvolvidos por bancos e empresas de cartão de crédito carregam sabe-se lá quanta informação sobre o dono num pequeno chip -dentro do próprio cartão.
No entanto, nós tínhamos um sistema de compras seguro e anônimo. Era o dinheiro mesmo, cédulas, notas.
Que vira artigo cada vez mais raro. Algumas vezes, nos últimos meses, precisei de quantias em dinheiro. Não eram muito grandes -mas, invariavelmente, o caixa me pedia licença e ia buscar as notas não sei aonde.
Cada vez mais usamos cheques, cartões de crédito, cartões de débito -e cada transação que fazemos fica registrada em algum lugar.
Não seria impossível produzir dinheiro eletrônico anônimo, mas interessa mais às empresas que dinheiro e identidade estejam ligados.

WEB-LEÃO

O Brasil ganhou seu primeiro "Cyberlion" -o novo troféu do Festival de Propaganda de Cannes para mídia interativa. Quem levou foi a DM9, pelo site da Semana de Criação -www.semana.com.br. O site vencedor do Grand Prix foi um site/porta-fólio desenhado pelo estúdio inglês The Hub (www.frankherholdt.co.uk).
Falando em propaganda, a F/Nazca lança seu site (www.fnazca.com.br), com um game/protetor de tela de futebol, baseado na sua campanha para a Skol.
UMA PERGUNTA PARA...

Antonio Tavares, diretor do provedor de acesso Dialdata e diretor-presidente da Abranet (Associação Brasileira de Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Internet).

Folha - Quantos brasileiros usam a Internet?
Antonio Tavares
- Baseado numa pesquisa que a Abranet fez junto a provedores, estimo que há hoje 1 milhão de assinantes e 500 mil usuários de caixas postais.
Perguntamos o número de usuários de 422 provedores brasileiros. Com exceção de alguns poucos, que não informam seu número de assinantes, fizemos um levantamento bastante completo.
Outros resultados da pesquisa:
Esses provedores somam 51.526 linhas telefônicas. Entre eles, 9,2% têm menos de 10 linhas; 15,8% têm entre 11 e 20 linhas; 33% têm entre 21 e 50 linhas, e 19,8% têm entre 51 e 100 linhas.
Os resultados ainda indicam que 16,2% dos provedores têm entre 101 e 300 linhas; 2,4% têm entre 301 e 500 linhas, e 2,2% têm acima de 500 linhas (11 provedores).
Distribuição geográfica: 39,2% do total de usuários estão em São Paulo -29,1% na capital, 8% no interior e 2,1% no litoral.
Nenhum Estado chega a ter 1% das linhas telefônicas usadas para acesso à Internet. São Paulo, que tem pouco mais de 7,5 milhões de linhas, tem uma taxa de ocupação de 0,22%.
Média de número de usuários por linha nos provedores entrevistados: 13,6.

SANTOS EM CLIMA DE RELICÁRIO

Os meninos do Distopia, Thiago Boud'hors e Celso Reeks, atacam outra vez com o belíssimo site Sanctu (www.distopia.com/sanctu), cheio de figurinhas de santos em clima de relicário e uma paleta de cores acesa, com muito verde-limão, magenta e amarelo

E-mail: netvox@uol.com.br




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