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CLOSE-UP PLANET
Festival, com 20 mil ingressos vendidos, foi cancelado em SP anteontem, devido a problemas no palco
Promotora decide devolução de dinheiro
Parafuso de 2cm derruba festival em SP
LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local
Agora só no Chile, na Argentina
ou na Inglaterra. O rompimento
de um parafuso de 2 cm de diâmetro acabou com o sonho de 20 mil
pessoas que não puderam conferir
de perto as atrações do festival
Close-Up Planet, cancelado anteontem, às 23h, pela promotora
Joker Entertainment.
Deveriam se apresentar na noite
de sábado os estrangeiros Prodigy, Björk e Mike Paradinas, os
brasileiros Racionais MC's, Marcelo D2 e Nação Zumbi e os DJs
Markinhos Mesquita e Mark
Marky, no evento que poderia ser
considerado o grande festival pop
de 1998.
"Estou acordando de um grande pesadelo", lamentou o dono
da Joker, Celio Fernandes, em entrevista coletiva à imprensa realizada ontem, às 14h, no hotel
Crowne Plaza, em São Paulo.
Apesar de prometido pela assessoria, nenhum representante da
Mills do Brasil Estruturas e Serviços Ltda., responsável pela montagem da estrutura do palco, esteve presente na entrevista coletiva.
Lamentando mesmo está o público, que ainda não sabe o que terá de fazer com o cartão magnético que daria acesso ao festival.
Segundo Fernandes, hoje está
prevista "uma reunião para decidir como devolveremos o dinheiro dos 20 mil ingressos vendidos,
mas posso garantir que todos serão ressarcidos".
O plano é criar um sistema de
catracas no qual os ingressos serão
introduzidos, e o dinheiro será devolvido. Os donos dos ingressos
ainda terão de assinar um documento que comprovará o recebimento do valor referente à devolução do dinheiro gasto.
Não foi esclarecido se haverá indenização quanto aos gastos daqueles que tiveram de se deslocar
de outras cidades especialmente
para o Close-Up Planet.
Esse tipo de incidente pode acabar acarretando o velho empurra-empurra de responsabilidades.
A Joker afirma que a culpa é da
Mills. Mas a Mills só pôde construir o palco depois de ter recebido liberação do Contru (Departamento de Controle e Uso de Imóveis), órgão municipal que verifica
a segurança de edificações.
Segundo o diretor do órgão, Rubens Brandão de Souza, "a vistoria do Contru é feita visualmente,
já que, nesses eventos, o palco é
montado praticamente de última
hora e não há tempo para chegar
detalhes da montagem".
A liberação foi feita por meio de
atestado assinado pelo engenheiro
responsável, Luiz Ary, da Mills, o
que é um procedimento perfeitamente legal, segundo Souza, apesar de a organização ainda não
dispor do alvará, publicado no
"Diário Oficial" de sábado.
"Eu sei e todo mundo sabe de
quem é a culpa. A culpa é da Mills,
o único problema foi o palco da
Mills", afirmou Fernandes.
O presidente da Mills, Elio Demier, disse estar aguardando uma
perícia da estrutura do palco, feita
por um instituto independente, a
ser realizada hoje, para depois ter
condições de dizer o que provocou o rompimento do teto do palco e trouxe o cancelamento.
"Na semana anterior, o grupo
Sepultura se apresentou sem nenhum problema sob o mesmo palco, com equipamento de luz equivalente. Uma semana depois, tivemos treliças (sistema de vigas cruzadas empregado no palco) que
envergaram e torceram, sem explicação", afirmou Demier.
No sábado, Demier assinou um
fax no qual afirmava entregar no
domingo um palco com totais
condições técnicas para a realização dos shows e assumindo os
prejuízos do adiamento.
"Nós entregaríamos em tempo,
mas as bandas desistiram de se
apresentar no festival no dia seguinte", afirmou. De acordo com
a assessoria de imprensa do festival, todos os artistas lamentaram
muito o cancelamento do Close-Up Planet em São Paulo.
A atração de maior interesse do
festival, o grupo inglês Prodigy,
que encerraria o evento, afirmou,
por meio de fax enviado pela gravadora RoadRunner, que "toda a
banda está muito triste por não
poder fazer o show e, mesmo não
tendo nenhuma responsabilidade
pelo ocorrido, pede desculpas para todos os fãs e promete voltar no
ano que vem".
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