São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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TELEVISÃO

Patriótico, Emmy premia "Friends" e "The West Wing"

SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

Em sua versão 2002, o Emmy, o Oscar da TV norte-americana, atirou para todos os lados e acertou, preferencialmente, na chamada "comfort food", a comida reconfortante televisiva, que ganhou força no país depois de 11 de setembro do ano passado.
Assim, em sua oitava temporada e depois de concorrer (e perder) quatro outras vezes, a comédia de situações "Friends" foi finalmente agraciada anteontem à noite em duas das três categorias mais importantes a que concorria, melhor comédia e melhor atriz (Jennifer Aniston).
Não levou a de ator, a que concorriam Matt LeBlanc e Matthew Perry -o merecido ganhador foi o cada vez mais engraçado Ray Romano, do cada vez melhor "Everybody Loves Raymond".
A mulher mais bonita da noite junto de Jennifer Garden, de "Alias", que perdeu em sua categoria, atriz dramática, Aniston subiu ao palco depois de beijar seu marido, Brad Pitt, a quem agradeceu por último no discurso. O casal sentava nos dois melhores lugares do Shrine Auditorium, em Los Angeles.
Ao lado deles, também na primeira fila, se espalhava o elenco de "The West Wing", o grande premiado nas categorias dramáticas. O governo de uma fictícia (e democrata) Casa Branca levou melhor série pelo terceiro ano consecutivo, mais atriz (Allison Janney) e ator e atriz coadjuvantes, batendo feio o rival (e superior) "Six Feet Under".
O ataque terrorista que acaba de completar um ano e adiou por duas vezes a cerimônia do ano passado deu o tom na noite de domingo. Para começar, pela presença do indefectível ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, que parece envelhecido porque decidiu deixar de usar peruca desde 11 de setembro último.
O político agradeceu às quatro maiores emissoras abertas pela exibição do especial "America -°A Tribute to Heroes", evento beneficente que reuniu diversos artistas e foi premiado na categoria programa especial.
Outro momento patriótico aconteceu quando da premiação de "Band of Brothers", minissérie sobre a Segunda Guerra de Tom Hanks e Steven Spielberg, que conta a história de um batalhão do Exército norte-americano durante a guerra. Ambos levaram para o palco um dos sobreviventes, que depois de discursar fez uma saudação militar à platéia.
Lá fora, os convidados enfrentavam o esquema de segurança mais rigoroso da história da premiação, com helicópteros, revistas de limusines, barreiras de raio-X e cachorros farejadores de bomba. De quebra, manifestantes religiosos ultraconservadores condenavam a comunidade televisiva norte-americana à danação eterna em cartazes que diziam que o fim não demora a chegar.
De resto, a cerimônia de entrega dos prêmios poderia ensinar muito ao seu primo rico, o Oscar: foi econômica, sucinta e efetiva. Parte da responsabilidade é do comediante Conan O'Brien, que conduziu a noite. Engraçado, o apresentador valeu a noite.
Principalmente no clipe do começo, em que finge ter perdido a hora por ter dormido na mansão dos Osbournes e então é levado por engano por Ozzy para a gravação de "The Price is Right".

O jornalista Sérgio Dávila viajou a convite da Sony



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