São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice CD's Rock/instrumental Pura Veneta GASOLINES Gravadora: Baratos Afins (baratosafins@baratosa fins.com.br); Quanto: R$ 17; Avaliação: ótimo Surgido num tempo em que Dick Dale e o filme "Pulp Fiction" (94) enfeitiçavam o mundo pop, o paulistano Gasolines é hoje um grupo veterano, mas ainda pouco reconhecido, na crescente cena de rock instrumental local. E, se hoje tais bandas demonstram seriedade e eficiência técnica às vezes excessivas, o Gasolines pode soar um tanto ingênuo com sua surf music selvagem. No novo "Pura Veneta", entre originais e covers, evidenciam uma busca por sonoridades climáticas típicas de filmes dos anos 60, psicodelia, rock sujo de garagens infernais e até reggae turbinado. Atente para as boas participações: Manito (sax), Marsicano (sitar), Astronauta Pinguim (moog) e Clayton Martin (bongo). POR QUE OUVIR: Se rótulos como surf music não dizem nada para você, escute faixas como "Real Hot" ou "The Monster Theme" e saiba que música extremamente dançante e sem voz não é apenas a eletrônica. (BRUNO YUTAKA SAITO) MPB/Instrumental Uma Nota sobre a Outra BENJAMIM TAUBKIN Gravadora: Núcleo Contemporâneo; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: ótimo Uma obra tão diversificada e criativa como a do pianista e compositor Benjamim Taubkin seria quase impensável antes dos anos 80, quando várias fronteiras musicais começaram a ser rompidas. Nas 12 faixas deste CD, ele sintetiza projetos que já criou ou ainda lidera: o grupo Moderna Tradição, que recria a linguagem do choro; a parceria com o Núcleo de Música do Abaçaí, que empresta um olhar contemporâneo à música folclórica; o grupo instrumental Trio + 1, ainda inédito em disco; a música inventiva da Orquestra Popular de Câmara; ou ainda as incursões pela música latino-americana com o grupo América Contemporânea. POR QUE OUVIR: Para perceber que a música, se feita com sentimento, não tem fronteiras, seja ela de origem erudita ou de origem popular. (CC) Rock Buscador MOMO Gravadora: Umbilical; Quanto: R$ 5; Avaliação: bom MoMo é a alcunha musical de Marcelo Frota, ex-integrante do Fino Coletivo, grupo de músicos cariocas e alagoanos que já contou com o catarinense Wado. Em seu segundo disco solo, Frota aposenta a releitura pop do samba de sua antiga banda para explorar o folk, a psicodelia e o rock progressivo. Visita o Clube da Esquina ("Irmãos"), a jovem guarda ("Bonita"), Pink Floyd ("Preciso Ser Pedra") e dialoga com o rock rural ("Tristeza" e "Nuvem Negra"). Com versos simples, guitarras espaçadas, bandolim e pandeirola, Frota fez um disco melancólico e contemplativo, com colaboração de seus antigos companheiros de Coletivo, Regis Damasceno e Max Sette. POR QUE OUVIR: Frota é fiel às suas referências setentistas e, se soa arrastado em "Seu Amor", compensa na originalidade de "Preciso Ser Pedra" e "Tristeza". (BRUNA BITTENCOURT) MPB Samba Meu MARIA RITA Gravadora: Warner; Quanto: R$ 50, em média; Classificação indicativa: livre; Avaliação: regular Nada contra a barriguinha de fora e as coxas idem de Maria Rita. Pelo contrário. Mas os incontáveis closes na anatomia da cantora ao longo do DVD vão gerando uma inquietação, que pode ser resumida, grosso modo, numa pergunta: por que a filha de Elis Regina quer se parecer com Claudia Leitte ou qualquer outra axé-sarada? O cenário evocando uma favela em algumas músicas contribui para a impressão de que há algo errado no reino do talento e do bom samba. Embora existam ótimos momentos, como "Novo Amor" e "Caminho das Águas", Maria Rita desperdiça sua voz especial e um repertório interessante -com exceção de algumas peças da fábrica de composições de Arlindo Cruz- numa "féerie" de cores, carnes e estereótipos. POR QUE VER: Vale apreciar, ao menos por um tempo, sua forma física e carisma. E, principalmente, ouvi-la em "Muito Pouco", "Cara Valente", "Corpitcho" e outros números. (LUIZ FERNANDO VIANNA) Texto Anterior: Ben Allison apresenta a "evolução" do jazz Próximo Texto: Conexão Pop: Mais do hermano Índice

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