São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros DIÁRIO DA CAVERNA MARCOS DÁVILA 12 dias sem ela Caro diário, o exílio na "caverna", como vai ser tratada a sala de cinema neste espaço, começou às 11h, na Faap. Assisti ali à primeira exibição pública da Mostra cercado por estudantes. A sessão de "Maria My Love", de Jasmine McGlade Chazelle, terminou com o comentário de um dos alunos: "A diretora usa mais câmera na mão que o Pasolini". Às 14h, em "O Som do Amor", de Somnath Gupta, um inusitado libelo indiano contra a Guerra do Iraque, conheci um cinéfilo singular: o advogado Sérgio de Oliveira, 75. Ele já viu 17 mil filmes, todos catalogados em 57 volumes com notas de zero a dez. O drama indiano tirou nota cinco (e eu acabara de votar "excelente"). Antes de "Là-Bas - Educação Criminal", de Guido Lombardi, um monitor avisa que a cópia tem uns estalidos. Nada em comparação aos pipocos que viriam a seguir, na turbulenta relação dos imigrantes ilegais africanos com os mafiosos napolitanos da Camorra. Na saída do Cinesesc, baleado, quase tropeço em uma elegante dama. Era Frances Kazan, viúva do cineasta Elia Kazan (1909-2003), que tem retrospectiva na Mostra. Dou meia volta, e entro na sessão no vácuo de sua comitiva. Antes de "Vidas Amargas", ela confessa que o marido achava James Dean um "pé no saco". Vi o começo "com" a mulher do Kazan, e saí correndo para "Um Mundo Misterioso", do argentino Rodrigo Moreno (ame-o ou deixe-o). "Não aguento mais esse existencialismo, queria algo 'caliente'", desabafa uma mulher ao acender das luzes. SINOPSE DO FIM DE SEMANA Repórter resolve arejar seu casamento e convida a mulher para ir ao cinema 12 vezes num fim de semana. Ela desaparece. MARCOS DÁVILA, vulgo Peri Pane, é amante do cinema e da boa pipoca (com doce no fundo). Texto Anterior: Crítica/Drama: Miranda July filma fábula surrealista com tipos comuns Próximo Texto: Olivetti volta aos palcos com nova geração Índice | Comunicar Erros

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