São Paulo, sábado, 24 de outubro de 1998

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MÚSICA
Bossa nova, 40, recebe homenagem alternativa

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local

É outubro do ano do 40º aniversário da bossa nova, e até agora as grandes gravadoras não cumpriram promessas comemorativas feitas no início de 98 -PolyGram e EMI, que chegaram a anunciar projetos especiais, agora dizem que não há nada previsto por ora.
Mas um pacote de 19 CDs, batizado "Isto É Bossa Nova, Isto É Muito Natural", faz agora as honras ao gênero moldado por Tom Jobim e João Gilberto, num esquema alternativo ao das grandes gravadoras.
Trata-se do MusiClub, uma associação que promove venda direta, por correspondência ou telefone. Mediante acordos estabelecidos com aquelas mesmas gravadoras, o clube oferece a série por preços individuais entre R$ 14,95 e R$ 19,95 (excluídas taxas de entrega).
Sete dos títulos -todos da PolyGram- estavam fora de catálogo em CD e a princípio só serão vendidos via MusiClub.
Cinco deles jamais haviam sido lançados em CD: "A Bossa dos Cariocas" (63), do quarteto Os Cariocas, "Bossa Session" (64), com Sylvia Telles, Lúcio Alves e Roberto Menescal, "De Vinicius e Baden Especialmente para Ciro Monteiro" (65), "Aquele Som dos Gatos" (66), do grupo Os Gatos, e "Dez Anos Depois" (71), de Nara Leão.
"Wave" (67) e "Tide" (70), de Tom Jobim, já haviam sido editados em CD, mas estavam fora de catálogo no Brasil.
Segundo a gerente de marketing especial da PolyGram, Cecília Nunes, a experiência é um "teste" para a gravadora. "Concedemos a exclusividade por três meses, funciona como um teste de mercado. De acordo com os resultados de venda, poderemos lançar os títulos."
Os demais títulos foram extraídos de catálogo regular e contemplam Johnny Alf, João Gilberto, Elizeth Cardoso, Maysa (uma coletânea), Edu Lobo, Tamba Trio, Zimbo Trio, Carlos Lyra, Stan Getz, Elis Regina e Leila Pinheiro.
O gerente de repertório do MusiClub, Felipe Savone, classifica a pesquisa de arquivos de gravadoras para relançamento um dos principais diferenciais do serviço. "Trabalhamos fortemente com catálogo. As lojas, em geral, só compram sucessos. Nosso diferencial é caçar nos porões das gravadoras."
Ele explica o processo: "Nós fazemos uma seleção de títulos que pela gravadora continuariam fora de catálogo. Custeamos toda a produção, da remasterização à recuperação gráfica das capas -se a gente não vai atrás, o negócio não sai".
Segundo ele, o MusiClub, fundado em fevereiro de 97, já vendeu quase 5 milhões de CDs e tem 550 mil associados.
O consumidor interessado se agrega ao clube num primeiro pedido, que pode ser feito por telefone ou por cupom encartado em revistas e jornais.
A partir daí, o sócio assume o compromisso de adquirir mais seis discos no período de dois anos. Mensalmente, comprará -a menos que entre em contato recusando cada oferta- um CD predeterminado pela associação.
Na compra de dois títulos, o segundo escolhido é vendido com desconto de 20%. A taxa de remessa varia entre R$ 2,95 (um CD) e R$ 4,95 (quatro CDs). Os preços, assim, oscilam em relação aos de mercado. "Eu e a Brisa", de Johnny Alf, por exemplo, sai por R$ 18,90 (R$ 15,95 mais taxa de remessa). Em lojas do centro da cidade, é encontrável por cerca de R$ 7.
Em compensação, um disco como o de Nara Leão, que é duplo, sai por R$ 27,95 (mais taxa) se adquirido junto a outro título. E não será encontrado em nenhuma loja.
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Como encomendar: o telefone do serviço de atendimento do MusiClub é (011)3037-2600.
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Hoje, excepcionalmente, não é publicada a coluna de Alberto Dines.



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