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SÃO PAULO, 448
Zé Celso festeja com tradicional bolo e convite para se reunir com Silvio Santos
Oficina faz leitura de manifesto
VALMIR SANTOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os 448 anos de SP serão lembrados pelo grupo Oficina com a leitura pública do "Manifesto Bexigão", hoje, no Bexiga.
José Celso Martinez Correa, 64,
convida a população da cidade a
comer o tradicional bolo (agora
de 448 m) preparado pela comunidade do bairro, às 12h, na rua
Rui Barbosa, e depois, às 17h, a
"comer" antropofagicamente a
contraproposta ao centro de entretenimento que o Grupo Silvio
Santos construirá no quarteirão
onde o teatro está há 40 anos.
Entregue no dia 15 à Promotoria
do Meio Ambiente do Ministério
Público de São Paulo, que media
as reuniões, o "Bexigão" marca
mais um capítulo na contenda
que há cerca de um ano envolve o
Grupo Silvio Santos e o Oficina.
Discute-se a forma de ocupação
da área em volta do teatro.
Em nota oficial intitulada
"Compostura e Respeito", o grupo Silvio Santos "lamenta que
uma data festiva como o aniversário de nossa cidade (...) seja manipulada por pessoas que buscam
retirar o debate do âmbito do Ministério Público para satisfazer
seus interesses particulares".
Zé Celso diz que decidiu tornar
público o documento para "transformar a disputa em espetáculo
gravado sem fronteiras, como na
"Casa dos Artistas'". "Se nos abrirmos publicamente, vamos brincar de brigar primeiro, mas, depois, podemos achar o inverso de
nos consumirmos", diz o diretor.
O MP também recebeu um vídeo
no qual Zé Celso lê o texto.
Entre as sugestões do documento, estão um convite a Silvio Santos para o próximo encontro (dia
20/2); um livre parecer do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que
criou projeto de integração ao original do Oficina; e uma parceria
do teatro com o Grupo SS para
"mudar o paradigma de desenvolvimento social" na região.
O diretor propõe que os R$ 75
milhões de investimento e os
9.000 empregos previstos no negócio sejam usados em áreas verdes e trabalhos com fins sociais.
Na nota, o Grupo SS diz que o
projeto é conduzido "nos foros
adequados, com consideração pelas opiniões contrárias".
Segue a nota: "Um texto como o
que está sendo distribuído pelo
diretor (...), carregado de termos
chulos (...), não se enquadra nos
parâmetros que devem nortear
uma discussão de bom nível".
Há cerca de três meses, o Instituto Lina Bo e P. M. Bardi propôs
ação civil pública para anular o
ato do Condephaat, órgão estadual de preservação do patrimônio que tombou o Oficina em 82,
mas autorizou a construção do
empreendimento comercial. "O
que o órgão fez foi uma irregularidade monumental", diz o advogado Modesto Carvalhosa, 69.
MANIFESTO BEXIGÃO. Onde: Oficina (r.
Jaceguai, 520, SP, tel. 0/xx/11/3106-2818). Quando: hoje, às 17h. Quanto:
entrada franca.
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