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MODA
Missoni, Emporio Armani e Ana Molinari, entre outros, desfilaram seu outono-inverno em Milão
Nova ordem é voltar a se produzir
ERIKA PALOMINO
Enviada especial a Milão
Sedução adulta. A expressão,
usada pela Blumarine, serve de
emblema para o momento do outono-inverno de Milão. A cidade
faz até domingo os lançamentos
de prêt-à-porter para a estação e a
temporada prosseguirá em Paris,
por mais uma semana.
O chamado "new chic", tendência que revê elementos da elegância clássica, "envelheceu" um
pouco a moda, deixando-a mais
séria. O desafio é transitar em todas as áreas mantendo o frescor.
"A questão agora é se produzir",
disse Tom Ford, estilista da Gucci,
no "International Herald Tribune" de ontem. Todas (segundo a
moda de Milão) querem parecer
ricas e bem-cuidadas -e seduzir.
A Missoni deu muitos passos à
frente, de novo. Ao som incessante do novo trabalho do grupo Underworld, a marca de Angela Missoni deitou e rolou no bom momento das padronagens gráficas
-característica que fez a fama da
grife-, em excelente trabalho de
criação e edição de moda.
A inglesa Jacquetta, de novo, foi
a primeira modelo, num vestido
acima do joelho, misturando brilho e opaco na estampa em ziguezague rosa, vinho e vermelho.
Bem menos literal e previsível
que em outras estações, a Missoni
vai desde a calça de paetês formando listras vermelhas com a
blusa camelo e também vermelho, irregular, até os conjuntos
"sérios", de jacquard dourado.
A ironia é exercício saudável,desdobrada em absurdos leggings dourados, de lurex. O momento optical vem quase lisérgico, com cetim em vestidos e tailleurs de saia evasê (que vão
abrindo embaixo), com fendas
frontais.
Mais luxúria, com elegância
digna de Louis Vuitton, em tons
pastéis, até o final, com longos
vestidos fluidos de estampa e material tipo cristal.
Anna Molinari mostrou colegiais em clima de mudança, mantendo sapatos pretos de escola e
meias pretas, num guarda-roupa
em clima de romantismo e rebeldia. Os melhores looks foram os
vestidos de babados, pelo meio da
perna, de musseline preta, perto
do corpo, com alças de camisola.
Liberdade, independência e
"nonchalance" são as palavras de
ordem do Emporio Armani, que
propõe "contradições harmoniosas" no caminho de um look individualizado e contemporâneo.
Ao som de uma versão moderninha, se é que isso é possível, de
"Besame Mucho", meninas de cabelo calculadamente desgrenhado mostraram uma primeira entrada em tons de verde escuro, variando sobre o veludo molhado, a
lã, o couro e a pele, às vezes numa
só peça. A silhueta é alongada, jovem e glamourosa.
Pences, feito amarrações, atrás
dão acabamento aos casacos ou
corselets de couro, usados sobre
vestido assimétrico e curto em
georgette preto, com mangas e alcinhas ao mesmo tempo.
Ruffo Research, a companhia
de couro, segue sua linha de criadores convidados com a dupla de
holandeses da A.F. Vandevorst.
Babados e calças-culottes de couro marcaram o desfile sempre de
cunho conceitual da marca.
Também em padrão Vuitton
acertou mais Alessandro dell'Acqua, como nos conjuntos de terninho de estampas de tijolinhos,
ou no tailleur estruturado, branco, com saia abaixo do joelho, em
Caroline Ribeiro (o desfile estava
coalhado de brasileiras, incluindo
Jeísa, que sofreu e ficou praticamente com o seio de fora, com o
decote de babados de uma blusa).
Maurizio Pecoraro, mais experimental, exercitou seu talento em
bordados e no veludo, trabalhado
aqui como se fosse pele (em alta
total). Ele está cotado para assumir linha da maison Valentino.
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