São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000


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Desfiles têm entrada caótica

da enviada a Milão

No prêt-à-porter internacional tudo é potencializado. Algumas vezes, as entradas são separadas entre compradores, jornalistas e fotógrafos/cinegrafistas. Outras, não. Muita gente também chega ali sem convite. Tenta dar um jeitinho, entrar com o amigo. Tem também o pessoal do "standing", que tem convite, mas que vai entrar apenas depois que os convites numerados estão lá dentro, para assistir ao desfile em pé.
O que acontece, muitas vezes é o caos, do qual não escapa nem a mais poderosa editora. Claro que, quando chega lá no fundo uma Anna Wintour (da "Vogue" americana), os assessores ficam nervosos e tentam abrir caminho entre a turba que se aglomera na porta em si. Até que alguém consiga puxar a criatura pela mão, entretanto, a sensação é que todo mundo vive ali seus momentos de sardinha em lata -fashion, mas sardinha. Muito pior do que uma final de futebol ou que o metrô na hora do rush. Apertado ali no meio, tentando chegar à porta, a coisa não tem ida nem volta, todo mundo se matando, em situações constrangedoras e patéticas.
Milão costumava ser mais organizado que Paris, onde reina a completa barbárie (não raro sai briga entre fotógrafos/jornalistas e os odiados "cravates-rouges", os seguranças dos desfiles). Nesta temporada, foi um drama em especial entrar nos desfiles de Blumarine ("vergonha, vergonha", gritava uma italiana, espremida na Fiera Milano, local oficial dos desfiles), e da Gucci, no show-room da Via Turati, onde por ordem da prefeitura 200 convidados precisaram ser cortados. Na porta da sessão única, a coisa ficou mesmo complicada quando um fotógrafo retardatário tentou entrar pelo lado da imprensa e dos compradores, batendo com seu banquinho gigante na cabeça das pessoas e brigando com os seguranças. Lá, democraticamente, sofremos todos, finalmente unificados e globalizados. (EP)


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