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Desfiles têm entrada caótica
da enviada a Milão
No prêt-à-porter internacional
tudo é potencializado. Algumas
vezes, as entradas são separadas
entre compradores, jornalistas e
fotógrafos/cinegrafistas. Outras,
não. Muita gente também chega
ali sem convite. Tenta dar um jeitinho, entrar com o amigo. Tem
também o pessoal do "standing",
que tem convite, mas que vai entrar apenas depois que os convites
numerados estão lá dentro, para
assistir ao desfile em pé.
O que acontece, muitas vezes é o
caos, do qual não escapa nem a
mais poderosa editora. Claro que,
quando chega lá no fundo uma
Anna Wintour (da "Vogue" americana), os assessores ficam nervosos e tentam abrir caminho entre a turba que se aglomera na
porta em si. Até que alguém consiga puxar a criatura pela mão,
entretanto, a sensação é que todo
mundo vive ali seus momentos de
sardinha em lata -fashion, mas
sardinha. Muito pior do que uma
final de futebol ou que o metrô na
hora do rush. Apertado ali no
meio, tentando chegar à porta, a
coisa não tem ida nem volta, todo
mundo se matando, em situações
constrangedoras e patéticas.
Milão costumava ser mais organizado que Paris, onde reina a
completa barbárie (não raro sai
briga entre fotógrafos/jornalistas
e os odiados "cravates-rouges", os
seguranças dos desfiles). Nesta
temporada, foi um drama em especial entrar nos desfiles de Blumarine ("vergonha, vergonha",
gritava uma italiana, espremida
na Fiera Milano, local oficial dos
desfiles), e da Gucci, no show-room da Via Turati, onde por ordem da prefeitura 200 convidados
precisaram ser cortados. Na porta
da sessão única, a coisa ficou mesmo complicada quando um fotógrafo retardatário tentou entrar
pelo lado da imprensa e dos compradores, batendo com seu banquinho gigante na cabeça das pessoas e brigando com os seguranças. Lá, democraticamente, sofremos todos, finalmente unificados
e globalizados.
(EP)
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