São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000


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PRÊMIO
Carlos Santana lidera vencedores em ano latino do prêmio; Caetano vence na categoria world music
Noite do Grammy é de "muchas gracias"

Reuters
Santana recebe um dos oito prêmios que levou no Grammy


de Nova York

Com um "muchas gracias" em vez do tradicional "thank you", Carlos Santana deu o tom da festa: a 42ª edição do Grammy, o maior prêmio da música norte-americana, anteontem à noite em Los Angeles, foi uma festa latina.
O mexicano Santana foi o maior vencedor da festa, com nove gramofones de ouro, e superou o recorde de oito premiações obtido por Michael Jackson em 83.
O brasileiro Caetano Veloso ganhou seu primeiro Grammy, de melhor álbum de world music por "Livro", lançado no Brasil originalmente em 97.
O álbum "Supernatural" e a música "Smooth", de Santana, foram considerados álbum, gravação e música do ano, três dos quatro principais prêmios. Há 35 semanas na parada da revista "Billboard", "Supernatural" já vendeu mais de 6 milhões de cópias.
Foram os primeiros prêmios Grammy do artista, que vive há quase 40 anos nos Estados Unidos, e que, no festival de Woodstock de 69, já tocava a mistura depois batizada de "latin-afro-rock" pela crítica.
Santana aproveitou uma das vezes em que subiu ao palco do Grammy para dedicar seus prêmios "a todos os que vivem sem água corrente nem energia elétrica", referindo-se à sua infância no México. "Se eu consegui, vocês também podem", disse.
O quarto prêmio principal, o de revelação, ficou com a "teenager pop" Christina Aguilera, 18, que lançou seu primeiro álbum, "Christina Aguilera", ano passado, em inglês.
O prêmio é distribuído anualmente pela Academia de Artes e Ciências da Gravação dos EUA, com audiência de cerca de 1,5 bilhão de pessoas em 170 países. É considerado o maior prêmio da indústria fonográfica, embora se concentre no que acontece no mercado norte-americano.
São 98 categorias no total. Há prêmios para tudo, desde álbum do ano a melhor livro gravado em cassete, incluindo até melhor álbum gospel contemporâneo e melhor gospel tradicional.
Há também categorias para a chamada música latina (gêneros como salsa e merengue ou rock latino), mas a presença dos chamados hispânicos no mercado norte-americano é hoje tão forte que uma nova versão do Grammy, só latina, será realizada em setembro.
Haverá, nessa versão, oito prêmios exclusivos para o Brasil, que levou pela terceira vez consecutiva o prêmio de world music. Em 99, Gilberto Gil o venceu, e, em 98, Milton Nascimento. Outros artistas brasileiros que já receberam o Grammy são Tom Jobim, Roberto Carlos, João Gilberto, Astrud Gilberto, Eumir Deodato e Laurindo de Almeida. Dori Caymmi, que concorria na categoria arranjo instrumental, não venceu.
A versão latina do Grammy vem sendo articulada há sete anos pelo produtor Emilio Estefan e pela cantora cubana Glória Estefan, que apresentou ontem o prêmio de melhor álbum do ano. Outros latinos famosos nos Estados Unidos, como o ator cubano Andy Garcia e a filha de porto-riquenhos Jannifer Lopez, apresentaram os premiados.
No palco, houve apresentações de fenômenos latinos como Marc Anthony, também filho de porto-riquenhos. O ex- menudo Ricky Martin, que ganhou notoriedade depois de sua performance "caliente" na última edição do prêmio, desta vez esteve bem mais comportado.
(MALU GASPAR)


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