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FESTIVAL
Buñuel é atração de Cannes 2000
AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas
Depois de um belo Sundance e
uma fraca Berlinale, a ciranda dos
grandes festivais de cinema gira
agora em direção a Cannes 2000,
que acontece sob nova direção
entre 10 e 21 de maio próximo.
Nesta semana, o evento anunciou
sua primeira atração: uma homenagem ao centenário de nascimento do cineasta espanhol Luis
Buñuel, completado na última
terça-feira.
A memória do diretor vai ser celebrada por meio de três iniciativas. Uma exposição ilustrará sua
vida e obra sob o título "O Mundo
Secreto de Buñuel". O filme, que
lhe valeu a Palma de Ouro de 1961,
"Viridiana", que, segundo Glauber Rocha, formava com "Nazarín" e "El Ángel Exterminador" a
trilogia essencial para "desvendar
Buñuel", merecerá uma projeção
especial.
Por fim, uma Sala Luis Buñuel
será inaugurada no Palácio dos
Festivais
Outra novidade no palácio será
a liberação de seus andares inferiores. O Mercado Internacional
de Filmes lá instalado transfere-se, neste ano, para uma imponente sede própria, ao lado da sede
oficial do evento.
A quase dois meses do anúncio
da seleção de filmes já começaram os rumores quanto aos candidatos. Dois detentores da Palma
de Ouro devem estar entre os selecionados, segundo a revista especializada francesa "Première".
Os irmãos Ethan e Joel Coen
("Barton Fink") poderão lançar
no evento sua nova comédia, "O
Brother, Where Art Thou?" (Oh
Irmão, Cadê então a Arte?), estrelada por George Clooney e Holly
Hunter.
Por sua vez, Roland Joffé ("A
Missão") voltaria à Cannes com
"Vatel", em que Gérard Depardieu interpreta um dos maioresfesteiros do século 17.
Dois dos títulos previstos pela
"Première" sofreram atrasos de
produção e dificilmente ficarão
prontos a tempo. O cineasta italiano Nanni Moretti ("Caro Diário") ainda está às voltas com as
filmagens de "O Quarto do Filho". Já o dinamarquês Lars von
Trier ("Os Idiotas") continua
enredado na maior produção de
sua carreira, o musical "Dancer in
the Dark" (Dançarino no Escuro),
protagonizado por Bjork, Catherine Deneuve e Jean-Marc Barr.
Duas produções brasileiras estariam disputando uma vaga na
seleção oficial: "Estorvo", de Ruy
Guerra, e "Eu, Tu, Eles", de Andrucha Waddington. Outro postulante da América Latina é a versão para as telas do premiado policial "Dinheiro Queimado", de
Ricardo Piglia, lançado no Brasil
pela Companhia das Letras.
Considerado unanimemente
como o principal festival de cinema do mundo, Cannes já definiu
o presidente do júri deste ano: a
honra caberá ao cineasta francês
Luc Besson ("Joana d'Arc"). O
vencedor do festival do ano passado, o drama belga "Rosetta",
dos irmãos Dardenne, permanece
inédito comercialmente no Brasil.
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