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Londres é logo ali
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
A música independente brasileira, quem diria, finca
bandeira em Londres, o sonho
máximo da música independente
de qualquer lugar do mundo.
Saiba agora o que está acontecendo com o grupo indie Wry, de
Sorocaba, com o Cachorro Grande, de Porto Alegre, e com Seu
Jorge. Seu Jorge?
Banda conhecida do circuito alternativo paulista, o Wry abandonou Sorocaba por volta de 2002 e
foi cair em Londres, de guitarra e
cuia. Seus integrantes, desde então, passaram a dividir o tempo
entre empregos chatos durante o
dia e mergulhos na "cena" à noite.
E o Wry, uma banda brasileira
que havia pouco estava no interior de São Paulo, se encontra
agora no meio do furacão do novíssimo rock inglês, bem sujo,
bem de rua, bem underground.
Desde o ano passado, o Wry está na cola de duas bandas amigas,
Subways e The Rakes, que já tocam em rádio grande e estão no
importante circuito de festivais.
Com os Rakes, o Wry já fez
shows e tocou em pequenos festivais. Com o empresário dos Subways, Ben Kirby, o vocalista Mário Bross comanda a noite Goonite, às quartas-feiras, no Buffalo
Bar, no movimentado bairro de
Islington.
Tem bandas da cena tocando ao
vivo, e Mário manda na pista indie rock e punk pop, segundo sua
descrição. Kelle Okereke, do Bloc
Party, e os caras do Franz Ferdinand e Darkness freqüentam o
Buffalo Bar.
Agora em março, o Wry finaliza
novo álbum. Um single da banda,
"Come and Fall", pode ser achado
na famosa loja da Rough Trade.
Enquanto o Wry come pelas
beiradas, o grupo gaúcho Cachorro Grande se instala direto no lendário Abbey Road, o estúdio mais
famoso do mundo (famoso por
causa daquela "outra" banda lá).
A emergente gravadora Deckdisc bancou a ida dos Cachorros
para Londres, para a masterização do novo disco, "Pista Livre" ,
masterização essa pilotada pelo
engenheiro de som Chris Blair,
que até trabalhou no "Kid A", álbum campeão da megabanda Radiohead.
"Pista Simples", um álbum perfumado de Beatles, tem lançamento previsto para maio.
Bowie em português
E tem o Seu Jorge, que volta ao
Brasil depois de fazer curvar os
europeus diante de sua musicalidade gingada. O badalado DJ Zane Lowe, da Radio One inglesa,
me disse em troca de e-mails que
foi a um "espetacular" show do
Seu Jorge.
A chamada para a seção de lançamentos de discos do caderno de
música do jornal "The Observer"
era assim: "Os novos do Queens
of the Stone Age, Beck e do "brilliant" Seu Jorge". Gringos....
Seu Jorge andou zoando umas
músicas do David Bowie, para um
filme hollywoodiano, o "The Life
Aquatic with Steve Zissou". A fantástica "Rebel Rebel" virou uma
bossa nova esquálida cuja letra
sofreu uma transformação brasileiro-adaptativa. Na parte tal, a do
refrão, a letra ficou assim: "Zero a
zero, "gora eu vou/ Você deu mole, então eu marco gol/ Zero a zero, você venceu/ Passe amanhã e
pegue o que é seu...".
É claramente uma briga amorosa de um fulano "contra" uma fulana. E, seguindo o raciocínio da
letra, o fulano marca o gol, mas
está zero a zero, mas quem vence
é a Fulana.
Outro clássico de Bowie que Seu
George estr... mexeu foi "Ziggy
Stardust". A letra ficou assim:
"Ziggy, eu sei pintar/ Eu não vi o
seu filme/ Não sou de jogar/ Não
bebo em péééééééé". Gênio.
@ - lucio@uol.com.br
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