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CINEMA
Intenção é diminuir filas e facilitar acesso para idosos
Projeto propõe venda antecipada e lugares marcados nas salas de SP
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um projeto de lei pretende acabar com as filas dos cinemas paulistanos. A idéia do vereador José
Police Neto (PSDB) é obrigar os
cinemas a vender 70% dos ingressos antecipados e marcados.
"A venda numerada de ingressos vai acabar com as filas. O público, sabendo onde vai sentar,
não vai precisar ficar de duas a
três horas na fila", diz o vereador.
"Não parece adequado ao consumidor pegar fila para o lazer."
O projeto veta aumento para os
bilhetes adquiridos com antecipação. As salas deverão vender os
ingressos na bilheteria, por telefone e pela internet.
"A grande fila é para entrar, a
disputa pela vaga. Como ficam os
idosos e os casais que querem se
sentar juntos? Nossa preocupação
é com o indivíduo mais frágil. O
projeto só deve ampliar a capacidade de consumo, porque muitas
pessoas deixam de ir ao cinema
por causa das filas."
O projeto do vereador tucano
foi protocolado anteontem e deve
passar agora pela Comissão de
Constituição e Justiça e por outra
comissão especializada, antes de
entrar na lista de projetos a serem
votados pelos vereadores. Neto
acredita que até o final do ano esse
trâmite seja concluído.
Em 2002, a lei 13.451 desobrigou
as salas da venda de ingressos numerados, suspendendo o efeito
da lei 11.786, de 1995, que exigia
lugares demarcados em cinemas,
estádios e teatros. Segundo Neto,
a diferença entre o seu projeto e o
anterior é a venda antecipada.
"Cinema não é concessão pública. As medidas do governo têm de
ser indicativas, e não impositivas", afirma Valmir Fernandes,
presidente da Abraplex (Associação Brasileira de Multiplex), que
representa 137 salas em SP.
"Acho que deveriam exigir que
os passageiros dos ônibus viajassem apenas sentados."
De acordo com ele, todas as salas vendem antecipadamente,
mas isso não representa nem 1%
do total de ingressos vendidos. Ele
afirma ainda que a medida vai
contra o perfil da atividade, já que
ir ao cinema é um hábito de impulso. "Isso não significa que as
empresas não venham a fazer,
mas deve ser de livre-arbítrio, sem
a interferência do poder público",
ressalva Fernandes.
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