São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

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CINEMA

Intenção é diminuir filas e facilitar acesso para idosos

Projeto propõe venda antecipada e lugares marcados nas salas de SP

TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um projeto de lei pretende acabar com as filas dos cinemas paulistanos. A idéia do vereador José Police Neto (PSDB) é obrigar os cinemas a vender 70% dos ingressos antecipados e marcados.
"A venda numerada de ingressos vai acabar com as filas. O público, sabendo onde vai sentar, não vai precisar ficar de duas a três horas na fila", diz o vereador. "Não parece adequado ao consumidor pegar fila para o lazer."
O projeto veta aumento para os bilhetes adquiridos com antecipação. As salas deverão vender os ingressos na bilheteria, por telefone e pela internet.
"A grande fila é para entrar, a disputa pela vaga. Como ficam os idosos e os casais que querem se sentar juntos? Nossa preocupação é com o indivíduo mais frágil. O projeto só deve ampliar a capacidade de consumo, porque muitas pessoas deixam de ir ao cinema por causa das filas."
O projeto do vereador tucano foi protocolado anteontem e deve passar agora pela Comissão de Constituição e Justiça e por outra comissão especializada, antes de entrar na lista de projetos a serem votados pelos vereadores. Neto acredita que até o final do ano esse trâmite seja concluído.
Em 2002, a lei 13.451 desobrigou as salas da venda de ingressos numerados, suspendendo o efeito da lei 11.786, de 1995, que exigia lugares demarcados em cinemas, estádios e teatros. Segundo Neto, a diferença entre o seu projeto e o anterior é a venda antecipada.
"Cinema não é concessão pública. As medidas do governo têm de ser indicativas, e não impositivas", afirma Valmir Fernandes, presidente da Abraplex (Associação Brasileira de Multiplex), que representa 137 salas em SP.
"Acho que deveriam exigir que os passageiros dos ônibus viajassem apenas sentados."
De acordo com ele, todas as salas vendem antecipadamente, mas isso não representa nem 1% do total de ingressos vendidos. Ele afirma ainda que a medida vai contra o perfil da atividade, já que ir ao cinema é um hábito de impulso. "Isso não significa que as empresas não venham a fazer, mas deve ser de livre-arbítrio, sem a interferência do poder público", ressalva Fernandes.


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