São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

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DOCUMENTÁRIO

"Castro" faz retrato equilibrado do ditador

LEONARDO CRUZ
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA

O que mais impressiona em "Castro", que o National Geographic exibe hoje, é o excelente trabalho de pesquisa da equipe da WGBH, fundação educacional americana que produziu este documentário sobre o ditador cubano, suas origens e seus mais de 46 anos de poder.
São quase cem minutos de programa, divididos em seis blocos, estruturados de maneira convencional. Fotos e gravações históricas ilustram análises de historiadores e depoimentos de personagens importantes da história cubana. O resultado é um retrato equilibrado do ditador, que aponta méritos, erros e contradições de sua trajetória.
Os dois primeiros blocos mostram a formação política de Fidel, desde sua infância numa fazenda de cana-de-açúcar na Província de Oriente até a tomada do poder em janeiro de 1959, derrubando o general Fulgencio Batista.
Nesse trecho, há fotos do garoto Fidel e de seu primeiro casamento, mas o que realmente impressiona é a entrevista do guerrilheiro, acantonado em Sierra Maestra, à TV americana CBS em abril de 1957. Ironiza as tentativas do general Fulgêncio de derrotar seus homens e prevê o êxito de sua revolução. Essa parte em especial mostra como a imagem do guerrilheiro foi construída com simpatia pela mídia dos EUA, fenômeno iniciado por série de reportagens no "New York Times" que descreviam o futuro ditador como defensor da "liberdade, da democracia e da justiça social".
Os quatro blocos restantes retratam Fidel no poder. Os avanços sociais dos primeiros anos, o alinhamento com a URSS, a crise da baía dos Porcos, a busca por saídas econômicas às dificuldades agravadas pelo embargo americano, o envolvimento em conflitos, a abertura para o capital estrangeiro, os balseiros.
Está tudo lá, em um extenso e honesto resumo bem amarrado pela diretora Adriana Bosch, cubana que há 20 anos estuda a história recente de seu país.


CASTRO. Quando: hoje, às 19h, no National Geographic

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