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DOCUMENTÁRIO
"Castro" faz retrato equilibrado do ditador
LEONARDO CRUZ
EDITOR-ASSISTENTE DA ILUSTRADA
O que mais impressiona em
"Castro", que o National Geographic exibe hoje, é o excelente trabalho de pesquisa da equipe da
WGBH, fundação educacional
americana que produziu este documentário sobre o ditador cubano, suas origens e seus mais de 46
anos de poder.
São quase cem minutos de programa, divididos em seis blocos,
estruturados de maneira convencional. Fotos e gravações históricas ilustram análises de historiadores e depoimentos de personagens importantes da história cubana. O resultado é um retrato
equilibrado do ditador, que aponta méritos, erros e contradições de
sua trajetória.
Os dois primeiros blocos mostram a formação política de Fidel,
desde sua infância numa fazenda
de cana-de-açúcar na Província
de Oriente até a tomada do poder
em janeiro de 1959, derrubando o
general Fulgencio Batista.
Nesse trecho, há fotos do garoto
Fidel e de seu primeiro casamento, mas o que realmente impressiona é a entrevista do guerrilheiro, acantonado em Sierra Maestra, à TV americana CBS em abril
de 1957. Ironiza as tentativas do
general Fulgêncio de derrotar
seus homens e prevê o êxito de
sua revolução. Essa parte em especial mostra como a imagem do
guerrilheiro foi construída com
simpatia pela mídia dos EUA, fenômeno iniciado por série de reportagens no "New York Times"
que descreviam o futuro ditador
como defensor da "liberdade, da
democracia e da justiça social".
Os quatro blocos restantes retratam Fidel no poder. Os avanços
sociais dos primeiros anos, o alinhamento com a URSS, a crise da
baía dos Porcos, a busca por saídas econômicas às dificuldades
agravadas pelo embargo americano, o envolvimento em conflitos,
a abertura para o capital estrangeiro, os balseiros.
Está tudo lá, em um extenso e
honesto resumo bem amarrado
pela diretora Adriana Bosch, cubana que há 20 anos estuda a história recente de seu país.
CASTRO. Quando: hoje, às 19h, no
National Geographic
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