|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"A mídia não checa", diz Chappel
de Londres
Para Alex Chappel, a cobertura
que a imprensa já deu as suas
"mentiras" são prova de que os
jornais não trabalham direito, publicando absurdas sem checagem.
Com a mostra que quer fazer das
notícias publicadas sobre seus
eventos, Chappel espera levantar o
debate sobre o papel da mídia.
Folha - O que você quer provar
com essas armações para a mídia?
Alex Chappel - Que os jornais e
as TVs não investigam os assuntos
que eles noticiam. Nas nossas histórias, sempre fazemos questão de
deixar inconsistências berrantes.
Acredita quem quer. Isso se explica, em parte, pela paranóia que os
jornalistas têm de publicar notícias exclusivas e de não levar possíveis furos.
Folha - Você não acha que exagerou ao anunciar as visitas a locais
onde ocorreram assassinatos?
Chappel - Em Londres, há firmas de verdade que organizam
passeios por onde Jack, o Estripador atacou suas vítimas, e ninguém se horroriza com isso.
Na verdade, a própria imprensa
promove um tipo de tour quando
há uma tragédia desse tipo. Afinal,
o que leva alguém a comprar um
caderno especial sobre o assassinato de crianças em uma escola?
Folha - No caso da artista que
venderia pinturas por sexo, vocês
também não quiseram fazer uma
crítica ao que é considerado arte?
Chappel - Sim. A impressão
que se têm é que tudo o que entra
numa galeria hoje é arte. Um jornal chegou a comparar a exposição, que não houve, com trabalhos
de outros artistas, analisando a
performance num contexto histórico. Achamos muito engraçado.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|