São Paulo, sábado, 25 de abril de 1998

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"A mídia não checa", diz Chappel

de Londres

Para Alex Chappel, a cobertura que a imprensa já deu as suas "mentiras" são prova de que os jornais não trabalham direito, publicando absurdas sem checagem.
Com a mostra que quer fazer das notícias publicadas sobre seus eventos, Chappel espera levantar o debate sobre o papel da mídia.

Folha - O que você quer provar com essas armações para a mídia?
Alex Chappel -
Que os jornais e as TVs não investigam os assuntos que eles noticiam. Nas nossas histórias, sempre fazemos questão de deixar inconsistências berrantes. Acredita quem quer. Isso se explica, em parte, pela paranóia que os jornalistas têm de publicar notícias exclusivas e de não levar possíveis furos.
Folha - Você não acha que exagerou ao anunciar as visitas a locais onde ocorreram assassinatos?
Chappel -
Em Londres, há firmas de verdade que organizam passeios por onde Jack, o Estripador atacou suas vítimas, e ninguém se horroriza com isso.
Na verdade, a própria imprensa promove um tipo de tour quando há uma tragédia desse tipo. Afinal, o que leva alguém a comprar um caderno especial sobre o assassinato de crianças em uma escola?
Folha - No caso da artista que venderia pinturas por sexo, vocês também não quiseram fazer uma crítica ao que é considerado arte?
Chappel -
Sim. A impressão que se têm é que tudo o que entra numa galeria hoje é arte. Um jornal chegou a comparar a exposição, que não houve, com trabalhos de outros artistas, analisando a performance num contexto histórico. Achamos muito engraçado.



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