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"Tesouro dos Mapas" inaugura Santos Cultural
DA REPORTAGEM LOCAL
Há 42 anos, um jovem comunista e diretor cultural do Centro
dos Estudantes entrou na livraria
Atlântico, em Santos, e comprou
um mapa francês, que retratava as
capitanias do Brasil colonial. Foi o
início de uma vasta coleção.
Amanhã, o ex-comunista e hoje
banqueiro Edemar Cid Ferreira,
59, expõe sua "moeda nš 1" junto
a cerca de outros 200 mapas na
mostra "O Tesouro dos Mapas: A
Cartografia na Formação do Brasil", que inaugura o Santos Cultural, uma área expositiva de 1.500
m2 na nova sede do banco Santos.
O acervo é composto por mais
de 3.000 obras, o que inclui também uma grande quantidade de
documentos raros de descobertas
científicas e sobre o Brasil.
"O instituto não utiliza por enquanto as leis de incentivo à cultura, tudo até agora está sendo patrocinado pelo banco Santos. Mas
em breve pretendemos construir
uma sede e devemos buscar outros apoios", afirma Ferreira.
A mostra que inaugura o espaço
tem curadoria do professor da
Universidade Estadual de Campinas Paulo Miceli. "O destaque é o
conjunto da coleção; não há instituição privada no Brasil que tenha
um acervo tão valioso", afirma
Miceli. Entre as preciosidades estão o Atlas Veneziano, de 1673, e
pranchas do cartógrafo Abrahan
Orfeliu, de 1570, considerado o
primeiro atlas moderno.
A mostra é didática, dividida em
quatro módulos, e segue encenação de Paulo Pederneiras. "No
percurso vê-se claramente a construção de um país, desde a época
em que o Brasil ainda não estava
nos mapas", diz Ferreira.
No primeiro módulo, as obras
estão dispostas de forma irregular
numa sala escura e apresenta mapas como o Atlas de Poussin, de
1673. No segundo módulo, "Mapa: Arte e Técnica", estão dispostos instrumentos cartográficos e
mapas que "associam beleza e
concepção", segundo Miceli.
Já o terceiro módulo, "A Cartografia Européia e o Desenho do
Mundo", reúne trabalhos dos
principais cartógrafos europeus
dedicados ao desenho da Terra.
Finalmente, o módulo "A Última
Terra, o Desenho do Brasil", com
um cenário todo branco, estão
mapas específicos sobre o país.
"Nosso objetivo principal é trabalhar com a memória do país",
diz o diretor do instituto, Roberto
Bertani. Por isso, a parte do acervo que não está exposta fica disponível para pesquisadores.
(FCY)
O TESOURO DOS MAPAS - mostra de
220 obras, especialmente mapas do
século 15 ao 21. Curador: Paulo Micelli.
Onde: Santos Cultural (r. Hungria, 1.100,
SP, tel. 0/xx/11/3818-9591). Quando:
abertura para convidados amanhã, às
19h; de ter. a sex., das 10h às 18h, sáb. e
dom., das 10h às 17h. Até 25/08. Quanto:
grátis. Patrocínio: banco Santos.
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