São Paulo, segunda, 25 de maio de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Playboy casa com Carola entre "Ave Maria' e Viagra

CASSIANO ELEK MACHADO
da Reportagem Local

Chiquinho Scarpa desce de seu Rolls-Royce azul-marinho, mostra seu fraque em rotação de 360º, para todas as lentes de fotógrafos, e, no trajeto até a sacristia da igreja Nossa Senhora do Brasil, beija o rosto de 12 homens.
O playboy Chiquinho Scarpa, 47, casou-se pela primeira vez anteontem, em São Paulo. E ele não se despediria do rótulo pelo qual ficou conhecido sem cumprimentar os seus amigos.
Mesmo cercado de "bons companheiros", no interior da sacristia Scarpa deixava rugas se formarem na superfície de sua testa, que ele submete a duas horas diárias de cremes.
"Preocupado com a noiva, Chiquinho?"
"Não. É que não fico tranquilo enquanto papai não chega."
A tranquilidade chegou 15 minutos depois, também de Rolls-Royce (da família). O empresário Francisco Scarpa, o pai, logo disse, sorrindo: "Se ele não se casasse agora, não teria quem quisesse depois".
A frase mal terminava de circular no ar e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, consultor da Rede Globo e tio de Ana Carolina de Oliveira, a noiva, atacava para o mesmo lado: "Sempre há chances de novos casamentos".
Brincadeiras de desconfianças, como essas, não ficavam só na sacristia. Do lado de fora, convidados e curiosos, que acompanhavam o interior da igreja por dois telões, faziam suas previsões.
O pipoqueiro José Domingues de Souza, que trabalha há cinco anos na frente da igreja Nossa Senhora do Brasil, era um dos que não acreditava que Scarpa estivesse casando. "Ele ainda pode dizer não", disse um pouco antes do alvoroço causado pela chegada do Rolls-Royce (alugado) da noiva.
Ana Carolina de Oliveira -"me chame de Carola"- só deixou os ponteiros cobertos de néon da fachada da igreja andarem uma hora e 50 minutos além do horário marcado.
Quando chegou ao altar, ao som de "Ave Maria", de Gounod, a ponta de seu véu de tule passeava próxima da entrada da igreja.
Mas Carola não tropeçou no véu de 20 metros, Chiquinho não disse "não" e a cerimônia, que foi aberta com o padre convidando a imprensa a subir no púlpito, foi encerrada com um "provérbio gaúcho": "Quem vai se casar vai para o caminho do céu".
Antes do céu, porém, havia a festa no restaurante O Leopolldo, na qual a "Ave Maria" e a "Acquatica", de Haendel, foram trocadas por "YMCA", do grupo GLS Village People, e "Macarena".
Enquanto Luiza Brunet, Hortência e Boni dançavam ao som desse hit do duo Los Del Rio, o médico especialista em disfunções sexuais Roberto Tulli, um dos padrinhos do casamento, confessava: "Junto com meu presente, dei pro Chiquinho um pacote de Viagra".



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.