São Paulo, sábado, 25 de junho de 2005

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Nem Batman contém queda nos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

Os norte-americanos estão indo menos ao cinema, e Hollywood ainda não descobriu quem é o vilão da história. O DVD é o principal suspeito.
O espectador estaria trocando a sala de cinema pela sala de sua casa. O fato de os títulos serem encontrados em DVD ou na internet pouco depois de sua estréia nos cinemas estaria contribuindo para a "preguiça" do cinéfilo de sair de casa.
São hipóteses que tentam explicar os números da queda, impressionante para os especialistas em mercado de cinema. Eles dizem que, desde que começaram a esmiuçar detalhadamente a performance dos filmes nos cinemas, há 20 anos não viam nada igual ao que está acontecendo agora.
Há 17 semanas consecutivas o resultado das bilheterias norte-americanas é inferior ao mesmo período no ano anterior. Os 12 filmes mais vistos no ano lucraram, juntos, US$ 128 milhões (R$ 306 milhões). Este resultado é 2% menor do que a soma dos campeões de bilheteria de 2004.
Quando se leva em conta a alta de preços de ingressos em relação ao ano passado, a conclusão é que a arrecadação nos EUA caiu 9%.
O diretor da Warner Bros. nos Estados Unidos Dan Fellman acha que ainda é cedo para culpar o DVD. Até mesmo para concluir que o comportamento do público está passando por uma mudança definitiva.
"Certamente devemos prestar atenção nisso. Mas creio que você não pode fazer isso [concluir que o espectador prefere o DVD ao cinema] observando seis meses de resultado. Precisaremos de alguns anos", disse.
Fellman não está insatisfeito com o lançamento de "Batman Begins". A produção custou US$ 150 milhões (R$ 358 milhões). Na estréia, nos EUA, atingiu US$ 48,7 milhões (R$ 116 milhões) e acumulou na semana US$ 72 milhões (R$ 172 milhões). Nem "Batman Begins", porém, interrompeu a queda comparativa com 2004.
No Brasil, os resultados deste ano também acenderam o sinal de alerta no mercado. O público de cinemas até maio deste ano é 22% menor do que o de 2004. A renda caiu 16%. O filme nacional, isoladamente, teve 30% menos público do que em 2004. Os dados são da empresa Filme B. Aqui, porém, o suspeito mais citado é a qualidade dos filmes.


Com agências internacionais

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