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DOCUMENTÁRIO
Especial capta aspecto humano da Osesp
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Osesp (Orquestra Sinfônica
do Estado de São Paulo) é uma
instituição primorosa. Foi também primorosa a turnê que ela fez
no final do ano passado por 14 capitais brasileiras. E Neide Duarte
(ex-TV Globo) foi uma repórter e
é hoje uma documentarista que
"fala" com perfeição a linguagem
das imagens bem estruturadas.
A orquestra e a turnê, com seu
registro sonoro e visual, estão em
"Uma Orquestra Encontra o Brasil", documentário da TV Cultura.
É uma produção exemplar.
Uma orquestra é uma máquina
que produz complexidades sonoras. Mas é também integrada por
gente. O filme dá vida a alguns
desses cerca de 90 músicos que
em geral permanecem anônimos.
Uma violinista conta como chegou da Rússia, um trompista, como chegou do Peru, um entusiasta fagotista diz que para ele o som
de um fagote "tem a voz de Deus".
Essa mistura de origens se harmoniza sob o comando de um
maestro. John Neschling aparece
na intimidade das broncas dos
ensaios e também das flores, beijos e afagos com que recompensa
seus músicos.
O documentário também tem
como personagem o Brasil dos
lindos teatros herdados das oligarquias do Norte e do Nordeste,
o Brasil dos instrumentistas encantados pela passagem de colegas mais experientes -"Deu para
saber como é de verdade a "Quinta" de Beethoven", disse um deles-, e, sobretudo, um Brasil onde o público, carente de bons espetáculos, entusiasma-se com a
música erudita.
Tudo isso sob a forma de imagens captadas com sensibilidade e
montadas com perspicácia. O documentário é engenhoso, bem-humorado, didático. Vale a pena
ficar acordado até mais tarde.
Uma Orquestra Encontra o Brasil
Quando: amanhã, à 0h30, na Cultura
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