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Chico Buarque diz que ainda gosta de Lula
DO ENVIADO A PASSO FUNDO
Chico Buarque bem que
tentou, mas, dada a insistência dos jornalistas em entrevista coletiva em Passo Fundo, não pôde se safar de tecer
comentários sobre o momento político que vive o
país. Em longos meandros
para evitar respostas mais
incisivas, falou "a contragosto", "sem clareza ainda para
definir uma posição", considerando que "às vezes o silêncio é importante".
No entanto, disse que "a
alma do brasileiro está ferida
com os acontecimentos que
eram mantidos no plano
subterrâneo e agora estão
aflorando". "É claro que isso
não é bom", afirmou, medindo as palavras, "mas é
bom que se tome conhecimento, já que são coisas que
vinham acontecendo há bastante tempo, uma prática
usual na política brasileira".
Declarou-se "triste" com a
situação, mas ressalvou: "Eu
gosto do Lula. Continuo
achando que sua eleição foi
importante para a afirmação
da democracia no país".
Questionado sobre a influência da situação política
em sua obra musical, devolveu a pergunta, indignado:
"Você não quer que eu faça o
samba do "mensalão", né?"
Chico chegou anteontem à
jornada literária para receber o prêmio Zaffari &
Bourbon por "Budapeste",
melhor romance dos últimos dois anos.
(JFu)
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