São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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COMIDA

Massa é a alma do Pasquale

JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

Devagar e sempre, o Pasquale vem crescendo no cenário gastronômico. Continua bem informal, uma cantina com cara de boteco (uma combinação de dois ambientes, onde os paulistanos sentem-se bem à vontade). No começo, em 2001, nem restaurante era. Na época, seu proprietário, o economista Pasquale Nigro, 60, havia montado apenas uma lojinha para vender antepastos inspirados na sua terra -ele nasceu na Puglia (Itália). Neto de restaurateur, ele cresceu no restaurante de seu avô e começou a cozinhar quase que por osmose. Sendo assim, quando os primeiros clientes da sua loja pediram que fizesse também algumas massas, a concordância foi imediata, e nasceu o restaurante. No início de 2005, o Pasquale teve que entregar o imóvel que ocupava, originando a mudança para o atual endereço.
O chão de material cru, as mesas de madeira no estilo boteco (mas boteco fino: elas têm tampo de mármore) e a clientela entusiasta fazem do Pasquale um lugar de convivência, mas onde a comida tem um papel importante. Seu cardápio é centrado nas massas: há somente duas opções de carne, como guarnição -a brasciola (bife de cochão-duro [duro mesmo] enrolado e recheado com legumes) e a polpetta (almôndega). São as massas, portanto, a alma da casa, em somente três variedades (espaguete, penne e rigatoni), massas secas importadas que podem ser servidas com 17 molhos.
Na verdade, seria mais apropriado que o restaurante já sugerisse a massa com seu molho -alguns são mais adequados a um formato que a outro, e nem todo cliente conhece as melhores combinações-; apesar disso, é reconfortante ver os cuidados na elaboração dos pratos. O molho ao sugo é feito com tomates frescos e italianos, além de carne no lento cozimento, até ficar denso; o carbonara pode ser feito com bacon ou pancetta (como manda a receita original, bravo!) e não cai na esparrela de acrescentar creme de leite -leva apenas ovo, pimenta e queijo pecorino (em excesso, porém: devagar com a mão). A pancetta e o pecorino também entram no verdadeiro molho à amatriciana com tomate, vinho branco e manjericão.
Mas antes é preciso provar os antepastos, onde tudo começou: atenção para aqueles feitos na própria casa, como a sopressata (embutido do pescoço do porco) e o jiló em conserva de pimenta-de-cheiro. A copa é delicada. Os vinhos são poucos, vários bons, quase só italianos, mas precisam ser melhor conservados e jamais servir em taça os vinhos cujas garrafas estejam abertas há dias. Em todo caso já são servidos em taças que cantina nenhuma ostenta.


PASQUALE
Cotação: $$
Avaliação:  
Endereço: r. Amália de Noronha, 167, Sumaré, tel. 0/xx/11/ 3081-0333
Funcionamento: seg. a sáb., das 12h à 0h
Ambiente: clima de boteco
Serviço: atencioso
Serviço de vinhos: poucos, mas alguns bons italianos que merecem ser melhor conservados
Estacionamento com manobrista: R$ 5
Cartões: não
Preços: antepastos, R$ 6,80 (100 g); pratos principais, de R$ 14,50 a R$ 25; sobremesas: R$ 6,50


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