São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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FILMES

Olha Quem Está Falando Agora
Globo, 15h45.
 
(Look Who's Talking Now). EUA, 1993, 95 min. Direção: Tom Ropelewski. Com John Travolta, Kirstie Allen. No filme anterior, "Olha Quem Está Falando", um encontro amoroso justificava a trama, além do bebê falante. Agora quem fala são cachorros, e a dupla está casada. Nada a ver.

O Dia do Terror
SBT, 22h30.
 
(Valentine). EUA, 2001, 96 min. Direção: Jamie Blanks. Com Denise Richards, David Boreneaz. Jovem "nerd", humilhado por quatro garotas bonitas num baile, em 1988, cresce e aparece. Passa de sapo a príncipe. Torna-se um bonitão. Mas, no fundo de seu ser, ficou aquele trauma. E, para livrar-se dele, ele tomará providências drásticas, envolvendo as moças, dez anos depois.

Intercine
Globo, 1h30.

Hoje, exibe-se o mais votado entre "A Vingança de Bette" (1998, de Des McAnuff, com Jessica Lange, Elisabeth Shue, Bob Hoskins) e "Quebra de Sigilo" (1992, de Phil Alden Robinson, com Robert Redford, Dan Aykroyd, Ben Kingsley).

Guerra de Mentiras
SBT, 3h.
  
(A Bright Shining Lie). EUA, 1998. Direção: Terry George. Com Bill Paxton, Amy Madigan. As desventuras do tenente-coronel John Paul Vann, que se envolve como conselheiro militar no Vietnã, acha que terá pela frente uma guerra fácil e a coisa dá no que dá (em boa parte a culpa é, claro, dos "corruptos" vietnamitas do sul). Só para São Paulo.

A Morte Veste Vermelho
Globo, 3h40.
  
(I'm Dangerous Tonight). EUA, 1990, 92 min. Direção: Tobe Hopper. Com Anthony Perkins, Madchen Amick, Daisy Hall. Uma túnica asteca tem a duvidosa honra de fazer com que aqueles que a vestem adquiram poderes terríveis. Feito para TV. (IA)

Walter Lima Jr. e a delicadeza

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Walter Lima Jr. deve ser um cineasta ultrapassado, já que nosso cinema mais atual se dedica de maneira quase exclusiva à filmagem de presídios, favelas e anomalias.
Bem, não há nada disso em "Inocência" (Canal Brasil, 21h), que no entanto é um dos melhores filmes dos anos 80 no Brasil. Pelo contrário: tudo é questão de delicadeza, grandeza de sentimentos e beleza, na história da menina que se apaixona por um médico itinerante, embora já esteja prometida pelo pai a outro homem.
Estranho: nessa simples relação pai-filha, podemos também compreender a perfídia de certas relações familiares ou o desregramento que nossa sociedade carrega, sem que nem mesmo se fale a palavra violência ou se trate o pobre como um marginal por vir.

DOCUMENTÁRIO

Goifman expõe ritmos e sotaques de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo é a cidade do choro, certo? Ou seria da música eletrônica? Ou do rap? Todas as alternativas anteriores mais uma infinidade de ritmos trazidos pelas diversas correntes de imigração que a capital paulista recebe desde a sua fundação, 450 anos atrás.
Num documentário que não se preocupa tanto em explicar, mas em mostrar a diversidade cultural da cidade, os diretores Rachel Monteiro e Kiko Goifman ("Morte Densa") empreendem uma viagem pelos diversos bairros de São Paulo, território de japoneses, italianos, espanhóis, gregos, russos...
Sem legendas e sem dublagem, o piloto da viagem é o músico Livio Tragtenberg, que percorre os quatro cantos do "mundo" chamado São Paulo em busca de sons (língua, música, rituais) específicos de cada uma dessas etnias -não por acaso o subtítulo do vídeo é "Polifonia da Imigração".
Mais do que uma viagem pelo tradicionalismo, no entanto, o documentário expõe também a transformação que essas culturas sofrem quando entram em contato com as demais. Assim, a dupla de diretores nos apresenta Elzio Silver, um descendente de bolivianos e havaianos que ganha a vida em São Paulo como cover de Elvis Presley; ou a "baiana" russa que se encantou com o Carnaval -paulista- e desfila todo ano na Vai-Vai; ou ainda Derrick Green, músico norte-americano e vocalista de um dos grupos de metal mais importantes do mundo, o brasileiro Sepultura.
A travessia segue pela comunidade coreana do Bom Retiro, os nigerianos da Santa Ifigênia, os italianos do Mercado Municipal, entre outros habitantes menos óbvios, como croatas, dinamarqueses, suíços e indianos.
Tudo sob os "olhos" de um microfone, com quem se cria um estranhamento inicial, mas que, ao final dos 55 minutos do documentário, se torna o companheiro ideal para uma viagem, sem guia, pelos meandros da metrópole "paulistana". (DA)


SONOROSCÓPIO SP - POLIFONIA DA IMIGRAÇÃO. Quando: hoje, à 0h15, na TV Cultura.


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