São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 2000

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TRECHO DE "SOLDADO DO MORRO"



"Minha condição é sinistra/ não posso dar rolê não posso ficar de bobeira na pista/ na vida que eu levo eu não posso brincar, eu carrego uma 9 e uma HK/ pra minha tranquilidade do morro se pá, se pam/ eu sou mais um soldado morto, 24 horas de tensão/ ligado na polícia, bolado com os "alemão'/ disposição 100% até o osso/ tem mais um pente lotado no meu bolso/ só roupa a pampa que eu posso comprar/ tem um monte de cachorra querendo me dar/ de olho grande no dinheiro esquecem do perigo, a moda por aqui é ser mulher de bandido/ sem sucesso mantenho o olho aberto/ quebraram mais um otário querendo ser esperto/ esta porra me persegue até o fim/ neste momento minha coroa está orando por mim/ é assim demorou já é/ levaram minha alma, mas não mataram minha fé/ não consigo me olhar no espelho, sou combatente coração vermelho/ minha mina de fé está em casa com o meu menor/ agora posso dar do bom e melhor/ várias vezes me senti menos homem/ desempregado e meu moleque com fome/ é muito fácil vir aqui me criticar/ a sociedade me criou agora manda me matar/ me condenar a morrer na prisão, virar notícia de televisão/ seria diferente se eu fosse mauricinho/ criado a Sustagem e Leite Ninho/ colégio particular e depois faculdade/ não, não é essa minha realidade/ sou caboclinho comum com sangue no olho, com ódio na veia soldado do morro
Refrão: Feio, esperto com a cara de mau/ a sociedade me criou mais um marginal/ eu tenho uma 9 e uma HK/ com ódio na veia pronto para atirar"


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