São Paulo, terça-feira, 25 de dezembro de 2001

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Em 2002, livro reunirá os "santos de casa"

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2002, os "santos de casa" é que farão o milagre. O projeto mais ambicioso para o ano que vem envolvendo biografias de santos é o que fará um grande apanhado sobre os prediletos do devocionismo nacional.
"Santos no Folclore Brasileiro", que a editora Vozes deve publicar em março, perfilará mais de 50 "bem-aventurados".
O trabalho da pesquisadora Nilza Botelho Megale será dividido em duas partes. A primeira trata dos santos mais populares no Brasil, entre os nomes reconhecidos pela Igreja Católica.
Personagens consagrados apenas pelo culto popular, como padre Cícero e Nhá Chica, estão retratados no segundo segmento.
Também têm perfis nessa parte dois dos principais candidatos a santos oficiais brasileiros: padre José de Anchieta (1534-1597), que nasceu nas ilhas Canárias, na Espanha, mas viveu no Brasil, e frei Galvão (1739-1777), o único nascido no país com chances de ser santificado em breve (outra estrangeira que viveu no Brasil, a italiana madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, também tem boas perspectivas).
Com mais de 120 milhões de fiéis, o Brasil não tem até hoje nenhum santo nacional aceito pelo Vaticano.
O trabalho de Botelho Megale parte dessa premissa para rastrear como entraram e se desenvolveram no país as devoções aos santos "estrangeiros".
Cada uma das santidades abordadas pelo livro da historiadora é analisada em quatro pontos.
Primeiro são apresentados os dados biográficos conhecidos dos santos. O segundo aspecto é como começou a devoção no Brasil. A história da "atuação" do santo no país preenche o terceiro tópico. Cada perfil termina com uma listagem dos cultos populares que os santos ganham no país (da "dança de são Gonçalo" à "ceia dos cachorros de são Lázaro").
Além do lançamento da editora Vozes, as livrarias receberão outras biografias de qualidade.
A principal deve ser o livro do inglês Peter Brown sobre santo Agostinho, que já havia sido tema de elogiada biografia de Gary Wills publicada pela Objetiva há dois anos. (CEM)


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