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Fita faz sentido
apenas para os
iniciados na obra
LEONARDO CRUZ
DA REDAÇÃO
O que você pensaria se
uma emissora de TV produzisse uma minissérie, em
três partes, baseada em um
famoso romance e decidisse
exibir apenas um capítulo
por ano? Frustrante, não?!
Pois é isso o que a produtora New Line fez com sua
versão cinematográfica de
"O Senhor dos Anéis", romance de fantasia de J.R.R.
Tolkien, um dos maiores sucessos editoriais em língua
inglesa em todos os tempos.
O filme "O Senhor dos
Anéis - A Sociedade do
Anel" representa o primeiro
terço da obra de Tolkien. As
versões para as telas de "As
Duas Torres" e "O Retorno
do Rei", já filmadas, só serão
lançadas em dezembro de
2002 e dezembro de 2003,
respectivamente.
Essa divisão da história em
três partes torna "A Sociedade do Anel" uma frustração
para espectadores que não
conhecem a obra de Tolkien,
já que, após quase três horas,
a fita termina sem que haja
um desfecho para a trama.
Outro fator que enfraquece o filme de Jackson é consequência de sua excessiva
fidelidade ao livro -o diretor fez poucas alterações na
trama para manter a maioria
das passagens importantes.
Esforço louvável, porém o
resultado deixa a desejar.
Nas telas, "A Sociedade do
Anel" torna-se um amontoado de sequências de perseguição e batalha, e os personagens perdem relevo.
Exemplo dessa simplificação é Aragorn. No livro de
Tolkien, o herdeiro do trono
de Isuldur surge como figura
muito mais obscura e misteriosa do que no filme, em
que é, quase imediatamente,
transformado em herói.
Razões como essas tornam
"A Sociedade do Anel" uma
aventura só recomendável
para iniciados no universo
de Tolkien -os que conhecem a história e sabem qual
será o desenvolvimento da
trama nos próximos filmes.
Para os novatos no assunto
que quiserem evitar decepções, é melhor ler a obra antes ou aguardar que a saga
completa saia em vídeo, o
que só deve ocorrer depois
de 2003.
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