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A top brasileira Gisele Bündchen desfila para a grife Dolce & Gabbana anteontem em Milão

ERIKA PALOMINO
enviada especial a Milão

Depois de recriar La Vucciria, o mercado de rua de Palermo, em seu desfile de verão, a marca italiana Dolce & Gabbana aciona uma decorativa cenografia do século 18 para sua esbórnia fashion de inverno, multicolorida e multitemporal, em que as décadas de 30, 70, 80 e 90 se misturam em luxuosa bagunça.
Tudo isso na apresentação da coleção de Stefano Gabbana e Domenico Dolce, anteontem, dentro da temporada de lançamentos do prêt-à-porter italiano, que termina amanhã em Milão (o circo da moda segue então para sua etapa final, em Paris). A marca, que já vende na Daslu, abre loja no próximo mês em São Paulo.
Telas de Tamara de Lempicka e Anh Duong, musas inspiradoras da coleção, segundo Stefano Gabbana (leia abaixo trechos da entrevista aos jornalistas), decoram as paredes da sala montada, como em outros anos, na sede da companhia, no número 9 da Via San Damiano.
Tapetes de pele de leão (com cabeça e tudo) e de onça, mais troféus de caça e espelhos, somam-se a candelabros dourados e lustres de cristal, arranjos de plumas em lilás e rosa, com bandejas de diferentes berries.
O retrato de Greta Garbo por Andy Warhol ilustra outro ambiente, com sofá forrado de peles e ladeado por vasos de cravos. Romãs, tangerinas e "lichis" dividem a atenção do público com os chocolates exóticos servidos por garçons, em meio ao lounge com generosas almofadas de mink.
Gisele Bundchen, a garota da campanha da marca, abriu o desfile numa casaca preta e boina na mesma cor, com pedras de strass.
Esse tipo de chapéu é fixo no styling, com coque lateral e batom vermelho escuro opaco (como nos quadros de Lempicka), além dos plissados nos vestidos curtos ou longos, esvoaçantes, ou nas pantalonas de lã cinza.
Também aparecem as echarpes, gigantes, até o tornozelo, com brilho no veludo colorido.
As bolsas-pochetes ("superPaloma Picasso"), em dourado ou prateado, estão em toda parte e já são hit, como as sandálias de salto de madeira, com flor nos dedos. Outros modelos são forrados no mesmo tecido da parede do cenário.
Muitas peles, como o divertido casaco em pink e vermelho, até o pé, quadriculado, pontuam a riqueza Dolce & Gabbana, que tem ainda botas com cano em astrakan, em tons fortes de azul e verde. A grife evolui de modo mais comercial, com "t-shirts" e peças mais acessíveis (ao menos na forma), em relação ao seu bem-sucedido verão. Se o visual não chega a surpreender, os estilistas optam por não mexer nos looks que estão ganhando o mundo.


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