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CINEMA
Exibidores criticam decreto
Venda numerada será obrigatória em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
As salas de cinema da cidade de
São Paulo têm prazo até o dia 13
de julho, uma sexta-feira, para
implementar a venda de ingressos
com assentos numerados.
A determinação, prevista na lei
11.786, de maio de 1995 -que
abrange também teatros, estádios
de futebol e outros "estabelecimentos congêneres"-, foi regulamentada pelo decreto 40.334,
publicado no último dia 17.
Os exibidores cinematográficos
se reuniram durante toda a semana passada para avaliar o impacto
da medida. "Estamos atônitos.
Essa lei não considera as diferenças de logística entre o estádio do
Pacaembu e as 11 salas do complexo Jardim Sul, por exemplo, que
tem sessões diárias e recebe 1 milhão de pessoas por ano. Se o objetivo é oferecer melhores serviços ao espectador, o tiro vai sair
pela culatra", diz José Carlos Oliveira, diretor-executivo da UCI.
Os proprietários de salas argumentam que a venda de bilhetes
numerados tende a fazer o tempo
de espera na fila aumentar, já que
o comprador terá de tomar mais
decisões na frente do guichê.
Outro aspecto que preocupa é o
possível descontentamento de espectadores que entrarem atrasados em uma sessão e desejarem
permanecer no mesmo lugar na
sessão seguinte.
Valmir Fernandes, diretor-presidente da Cinemark, que detém
o maior número de salas no país
(218, sendo 74 em São Paulo), informou, por meio de sua assessoria, que a empresa está estudando
o assunto e que, por enquanto,
não irá se manifestar.
Patrícia Kamitsuji, diretora da
Hoyts, empresa que conduz experiência semelhante na Argentina,
diz que "todos têm interesse em
melhorar a prestação de serviços". Mas afirma: "Espanta é a
forma como isso foi feito, por
meio de uma lei, e estabelecendo
um prazo muito difícil (120 dias)
para a realização das mudanças".
O secretário municipal de Cultura, Marco Aurélio Garcia, disse
que está plenamente de acordo
com a regulamentação da lei.
"Sou solidário com todos os atos
da prefeita."
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