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"MORCEGOS"
Mais um exemplo de filme B que copia "Tubarão"
ANDRÉ BARCINSKI
EDITOR DO FOLHATEEN
N o cinema-catástrofe , a
relação homem-animal
sempre foi bastante complicada.
Nós, humanos, já fomos atacados
por tubarões, sapos, piranhas, cobras, gatos, ratos e até abelhas.
Agora, mais um bicho vem se juntar à legião dos descontentes com
a raça humana: os morcegos.
Sim, os quirópteros estão irados. Cansados de ser apenas objeto decorativo em castelos mal-assombrados, os bichos resolveram
se juntar e atacar várias cidades
do Texas. Esse é o enredo de
"Morcegos", dirigido por Louis
Morneau (quem? Ah, é o diretor
de "Retroactive" e "Crackdown",
mofando numa prateleira de videolocadora próxima de você).
No filme, Lou Diamond Phillips, aquele de "La Bamba", faz
um xerife que precisa enfrentar os
temíveis vampiros voadores.
Steven Spielberg poderia ganhar uma bela grana cobrando
um extra de cada roteirista que
copiasse "Tubarão". Afinal, foi o
filme que estabeleceu a base para
todos os abacaxis envolvendo
animais furiosos e humanos indefesos. Todas essas obras-primas
começam da mesma forma, com
algum pobre coitado andando pelo campo e sendo devorado pelos
bichos. Logo depois, há a cena da
"descoberta", quando o fenômeno passa de boato a realidade.
Dessa cena sempre faz parte algum cientista, que explica tudo
("esses morcegos devem ser resultado de alguma mutação genética!") e algum biólogo, que defende os animais e diz que eles
não estão devorando humanos
por mal, apenas por um pequeno
lapso na cadeia alimentar.
Depois da descoberta, nossos
heróis passam à ação, traçando algum plano mirabolante para destruir o inimigo. Não poderia faltar, é claro, o militar maluco que
quer solucionar o problema simplesmente soltando uma bomba
atômica em cima da cidade. Isso,
amigos, é cinema B.
Morcegos
Bats
Direção: Louis Morneau
Produção: EUA, 2000
Com: Lou Diamond Phillips, Dina Meyer
Quando: a partir de hoje no cine Belas
Artes e circuito
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