CRISTIANO CIPRIANO POMBO
free-lance para a Folha

Hoje, a partir das 13h, no Instituto Moreira Salles, o público de São Paulo poderá conferir pela primeira vez as obras da Coleção Unibanco.
Criado em 1963, reunindo atualmente mais de 600 obras, o acervo do banco soma -em quase 35 anos de vida- apenas três "aparições" ao público.
A primeira delas, em 94, foi durante as comemorações do 70º aniversário do Unibanco, em Poços de Caldas (MG). A segunda ocorreu no ano seguinte, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. E, em 96, foi exposta novamente em Minas Gerais, desta vez em Belo Horizonte.
Apesar da espera, a mostra "Destaques da Coleção Unibanco" traz a São Paulo apenas 20 obras que, assim como o acervo, traçam um perfil da arte contemporânea brasileira.
Apesar da quantidade reduzida de obras, a exposição apresenta nomes de "peso" no cenário artístico nacional a partir do início do século.
Estão lá Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Ismael Nery, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Eduardo Sued e Wesley Dunke Lee, que representam tanto o modernismo, como a produção atual na arte brasileira.
"Foi difícil escolher os trabalhos, reduzidos em função do espaço. Levou-se em conta a qualidade das obras e como ela dialogava com as demais no sentido de proporcionar uma idéia de percurso, como um passeio pela história da arte brasileira neste século", argumenta o curador da obra Antonio Fernando De Franceschi.
Segundo ele, o destaque fica mesmo para a pluralidade presente nos artistas nacionais, "rica em temas, cores e nuances, voltados ao popular ou ao conceitual".
Entre paisagens, auto-retratos, personagens ou abstrações, "Destaques da Coleção Unibanco" reúne ao todo 18 pinturas e duas esculturas com temas diversificados que, no sentido mais amplo, justificam a condição de destaque.
"Mesmo sem conseguir traçar uma cronologia, o público notará que as obras à mostra são destaques, em uma reflexão sobre o autor, o tema, a composição, enfim seu valor artístico", completa.

O estrangeiro
Entre as obras de brasileiros na mostra encontra-se um estrangeiro. Seu nome é Francis Post, pintor holandês, grande paisagista, que esteve no Brasil em 1637.
Sua obra, "View Over a Valley", é datada de 1667 e se encontra na mostra, segundo Franceschi, porque expressa "o olhar estrangeiro sobre um tema nacional, uma paisagem brasileira que ainda é tema de composições".


Exposição: Destaques da Coleção Unibanco Onde: Instituto Moreira Salles (r. Piauí, 844, 1º andar, SP, tel. 011/825-2560) Quando: de ter. a sex., das 13h às 20h; sáb. e dom., das 13h às 18h. Até 13/09 Quanto: entrada franca


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice