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CRÍTICA DOCUMENTÁRIO
Longa descortina vida de Saint Laurent em tom solene
PARA QUEM ESPERA QUE O FILME DESCORTINE OS BASTIDORES DO GLAMOUR DE PARIS, O FILME PODE DECEPCIONAR
RAUL JUSTE LORES
EDITOR DE MERCADO
A melancolia permanente
de Yves Saint Laurent (1936-2008) permeia o documentário do estreante Pierre Thoretton, que aborda 50 anos
de casamento afetivo e profissional entre o estilista e
seu empresário Pierre Bergé.
"O Louco Amor de Yves
Saint Laurent" deleita os fãs
da moda com diversas coleções do estilista que mudou a
cara da alta costura e foi o pai
do "prêt-à-porter", mas fala
mais de sua vida pessoal -a
timidez paralisante, as constantes crises de depressão, o
alcoolismo e o vício em substâncias diversas.
Sua despedida do mundo da moda, em 2002, e o funeral, em 2008, abrem e dão o tom da produção.
Após a morte, Bergé decide leiloar toda a enorme coleção de arte do casal, que tinha de obras de Picasso, Matisse, Brancusi e Warhol a antiguidades chinesas.
Os burocráticos preparativos do leilão ocupam grande parte do documentário, que
relata o fim de uma era.
Saint Laurent instituiu o
smoking feminino, explorou
a moda étnica africana, asiática e russa muito antes do
multiculturalismo.
TOM SOLENE
O documentário é parte da
safra recente de filmes sobre
a moda, como "Lagerfeld Confidencial".
Mas, ao contrário destes, o
tom é solene. Para quem espera que o filme descortine
os bastidores do glamour parisiense dos anos 60, 70 e 80,
como uma versão cinematográfica da revista "Hola!", o filme pode decepcionar.
Há poucos momentos de
alegria capturadas nos arquivos pessoais.
Em uma entrevista de brincadeira em Super-8, Saint
Laurent é questionado com a
típica "o que é alegria para você?".
"Eu em uma cama cheia de
gente", ri. "E como você pretende morrer?" "Em uma cama cheia de gente", diz.
Como parte da elite gay europeia do século passado, o
casal também tinha um casarão no Marrocos.
As ensolaradas imagens em Marrakech permitem suspeitar que ali, sim, em breves temporadas, Saint Laurent
pôde ser feliz.
O LOUCO AMOR DE YVES SAINT LAURENT
DIREÇÃO Pierre Thoretton
QUANDO hoje (16h), no Cine Livraria Cultura; sex. (21h), no Cinemark Cidade Jardim; 3/11
(19h), no Cine TAM
CLASSIFICAÇÃO 10 anos
AVALIAÇÃO bom
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