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NETVOX
Sob medida, a domicílio e ao gosto do freguês
MARIA ERCILIA
Colunista da Folha
Não faz tanto tempo, comprar
roupa pronta era coisa fora do comum. Normal era a costureira
que ia em casa, tirava medidas
que eram meticulosamente anotadas num caderninho e voltava
com vestidos, blusas e saias para a
"prova".
Mas tudo o que uma menina
queria era o jeans de marca bacana, a camiseta igual à das colegas.
A costureira que ia em casa, um
luxo, acabava nos parecendo coisa antiga, atrasada.
A produção em massa e a economia de escala iam tomando o
lugar da costureira e seu caderninho; acabamos nos conformando
e até preferindo ser número 38 ou
42.
Abrimos mão com gosto daquela página feita só para nós, espelho fiel das nossas imperfeições.
O tempo passou, o mundo mudou e as coisas acabaram dando
uma volta de 360 .
Personalizado
"Feito sob medida" volta a ser
bacana, só que agora se chama
"personalizado". A linha de produção de jeans corta custos, reduzindo todos os corpos a manequins e vendendo quantidades
enormes de peças.
Mas, como o comércio eletrônico permite uma troca de informação muito mais rápida e fluida, algumas lojas começam a estudar a
possibilidade de entregar peças
"únicas", escolhidas pelo freguês
entre um número muito maior de
opções.
Ainda é cedo para fazer predições, mas me parece que, aos
poucos, caminhamos para um
novo modelo, diferente do industrial, em que uma peça sob medida possa ser efetivamente mais
barata que uma produzida em
massa.
O que a costureira espetando alfinetes na cliente tem em comum
com as redes informatizadas que
ligam compradores, vendedores e
produtores?
Velocidade na comunicação. A
cliente consegue comunicar suas
preferências à costureira em segundos.
Numa loja eletrônica o freguês
também consegue definir o que
quer com a mesma rapidez.
A peça que falta é ajustar o processo de fabricação a essa velocidade.
Veja alguns exemplos de lojas
que começam a vender produtos
sob medida.
A oferta ainda é pouca, e os recursos de personalização limitados, mas são experiências interessantes que mostram que as empresas querendo avançar nesta
direção e tentando verificar o interesse do consumidor em
"personalizar" suas compras.
Omikron, a alma nômade
Um demônio que suga almas pelo computador é o inimigo em Omikron, game francês que vai ser lançado em breve; David Bowie faz a trilha sonora e dois dos personagens têm seu rosto (www.nom adsoul.com)
Levis (www.levi.com) - Em sua
loja de San Francisco, as pessoas
colocam uma roupa especial e
são escaneadas por um computador. Depois, podem escolher cortes e modelos, criando peças únicas. A costureira acharia graça na
quantidade de máquinas necessárias para substituir seu caderninho e seus alfinetes.
Nike (www.nike.com) -
Vai oferecer em breve tênis personalizados a partir de dois de
seus modelos. O freguês pode escolher uma combinação de cores
diferente e um nome ou combinação de números a ser impressa
no tênis (até oito caracteres).
Closet (closet.uol.com.br) -
Fabrica e entrega camisas personalizadas, escolhidas entre vários
modelos de colarinhos, punhos
etc.
Books for me (www.booksforme.com - Livros infantis em que os personagens podem
ter os nomes das crianças que vão
ler a história.
KidCartoons (www.kidcartoons.com) - Vídeos e histórias em quadrinhos baseados
na foto da criança que vai ganhar
o presente.
NOTA
Van Gogh
No Artmuseum (www.artmuseum.net) é possível "entrar" em dois dos quadros mais
famosos de Van Gogh: "A Casa
Amarela" e "O Quarto". Nos ambientes em três dimensões baseados nas pinturas é possível "andar" pela rua em frente à casa de
Van Gogh e olhar embaixo de sua
cama, por exemplo. Textos preparados pelo Museu Van Gogh de
Amsterdam acompanham a exposição, explicando aspectos da
pintura do artista.
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