São Paulo, Sexta-feira, 26 de Novembro de 1999


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A ELEIÇÃO
Graça está na simplicidade do filme

TETÉ RIBEIRO
especial para a Folha

Calma, não é o que parece à primeira vista. O filme "A Eleição", que chega hoje aos cinemas de São Paulo, com Matthew Broderick e Reese Witherspoon nos papéis principais, não é mais uma dessas besteiras feitas para enganar adolescentes, como "American Pie - A Primeira Vez É Inesquecível" ou "Ela É Demais".
A história se passa durante a eleição para presidente do grêmio em uma escola de classe média numa cidadezinha americana. Sem truques de edição, nenhuma revelação inacreditável, zero efeito especial, mas um bom roteiro e a dose exata de humor, este é um dos melhores filmes do ano.
"A Eleição" satiriza todo o processo eleitoral americano e não deixa nenhuma piada por fazer a respeito do "american way of life" e toda essa cultura de ganhadores e perdedores. Mas não é o caso de entrar nesses assuntos sérios, amplos e infindáveis. Não é nada disso que faz do filme uma boa opção de lazer.
Ao contrário, a graça do segundo longa-metragem do diretor Alexander Payne (o mesmo de "Ruth em Questão", que contava a história de uma "junkie" grávida que cai nas mãos de grupos pró e contra o aborto ávidos por um exemplo de vida) é sua simplicidade.
A personagem "do mal" é Tracy Flick (Witherspoon), aluna da tal escola, única candidata a presidente do grêmio estudantil. Ela é "do mal" porque tem uma ambição descontrolada, não admite nenhuma interferência no seu caminho, não mede esforços para conseguir o que quer ("Insisto que você me ajude a vencer a eleição amanhã", pede ela a Deus antes de dormir) e é muito chata.
O "do bem" é Jim McAllister (Broderick), um professor feliz no trabalho, apaixonado pela sua mulher e OK com o nível de vida que consegue ter. Dirige um carro velho, ensina aos alunos a diferença entre moral e ética e odeia Tracy, que, para piorar as coisas, acaba com o casamento e o emprego de seu melhor amigo.
O professor McAllister decide entrar em guerra contra Tracy e tudo o que ela representa quando convence um outro aluno, um esportista bonitão (Chris Klein, de "American Pie", uma espécie de Keanu Reeves de 10 anos atrás), que é ruim da cabeça e está doente do pé, a concorrer com Tracy na eleição.
Matthew Broderick está muito bem. Seu professor em "A Eleição" parece o lado B do cientista que ele fez em "Godzilla". Mais sacana, mais exposto. Mas faz rir tanto quanto no seu maior sucesso, o filme "Curtindo A Vida Adoidado" ("Ferris Bueller's Day Off"), como um colegial que transforma uma matada de aula em uma festa de arromba.
Desta vez é tudo mais "low-profile". A interpretação de Broderick combina com a direção e a história de "A Eleição". Tudo na medida certa.


Avaliação:    

Filme: A Eleição Título original: Election Produção: EUA, 1999 Diretor: Alexander Payne Com: Matthew Broderick, Reese Witherspoon, Chris Klein Quando: a partir de hoje, nos cines ABC Plaza Shopping 2, Belas Artes Mário de Andrade, UCI Jardim Sul 8

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