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Carla, do Rossini, com um risoto de alcachofra com escalope ao marsala

JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

A maior parte dos restaurantes italianos de longeva tradição em São Paulo nasceu de famílias do sul da Itália. Mas alguns beberam em diferentes vertentes da Península, como o Rossini.
Completando oito anos com o atual nome e endereço, ele é herdeiro de uma tradição da região do Veneto, a nordeste da Itália. Seu fundador, Elio Baccaglini, chegou ao Brasil na década de 50.
Em São Paulo, ele trabalhou no Fasano e no Roma. Já havia fundado dois pequenos restaurantes, no bairro da Lapa, quando, em 63, abriu o Elio (que funciona até hoje, na rua Gabriel dos Santos, sob o comando de uma de suas filhas).
Dez anos depois, ele saiu dessa casa e abriu outra, o Helio's, tocado junto com outra filha, Carla Maria Carmen. Baccaglini morreu em 81. Mais dez anos e o restaurante mudou de endereço e de nome. Nascia o Rossini. Nele, há uma continuidade do trabalho de Elio, assegurada por Carla, 58, (que supervisiona a cozinha ao lado da filha Luciana, 32) e por seu marido Guglielmo Cavalieri, 64. O filho Carlos, 31, cuida da parte administrativa.
Junta, a família mantém, num salão de pouco charme (com paisagens italianas pintadas na parede), um cardápio de pratos consistentes do norte da Itália, mesclado a sugestões internacionais.
Há massas razoáveis, caseiras ou industriais (spaghetti alla amatriciana, fettuccine verdi alla bolognese). Há miúdos, tão desprezados pelo público médio (miolo à doré, rim trifolato, fígado à veneziana). Há carnes de molhos um pouco pesados (escalopes de vitelo com molho de champignons). E sobremesas sem sutileza. Mas há, sobretudo, o testemunho de uma herança familiar que se perpetua neste restaurante discreto.

$ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim