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Obra de Fajardo não tem local definido
free-lance para a Folha
Dos nove artistas que participam do projeto (veja a relação de
artistas e locais no quadro ao lado), o único que ainda não tem
fronteira definida para instalar
sua obra é Carlos Fajardo.
Inicialmente concebida para ser
realizada em Foz do Iguaçu, para
explorar o contraste entre a cachoeira que faz um barulho imenso e o silêncio no interior do cubo
que ele pretende construir, a idéia
esbarrou em restrições do Ibama.
O Itaú Cultural não conseguiu
autorização para a construção da
obra ali e está procurando um novo local, com características semelhantes, para instalá-la. Foz do
Iguaçu, uma área de 225 mil hectares entre o Brasil, a Argentina e
o Paraguai que tem cerca de 275
quedas d'água, se tornou parque
nacional há 60 anos e é Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
"Minha idéia foi pensar a fronteira entre visibilidade e ruído.
Entrando no cubo grande, elimina-se o ruído e o som passa a ser
realizado por meio do olhar."
Trata-se de um cubo sem nada
dentro, feito apenas para explorar
a diferença entre o silêncio e a visibilidade do barulho. Fajardo
conta que não pensou especificamente no conceito de fronteiras
para criar a obra. "Não acredito
em fronteira, pensei poeticamente a fronteira em referência à idéia
de percepção."
O artista que possui várias obras
de arte espalhadas por São Paulo
considera o lugar público um lugar direto. "Sem o conforto de
uma instituição cultural, a arte
pública é para a pessoa comum,
para o transeunte. Não é um discurso com leitura definida e o trabalho é feito para essa condição."
Ele não vê nenhuma relação entre essa obra para o projeto
"Fronteiras" e trabalhos de artistas representantes da poética da
"escultura arquitetural": "Não faço trabalho narrativo. O espectador entra dentro, olha fora, é isso.
Arte que comenta, que olha para
outras coisas, não me interessa."
Ele aguarda agora a descoberta
de outro espaço em que se estabeleça a relação de ruído/silêncio
com visibilidade intensa.
(JMo)
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