São Paulo, Sexta-feira, 26 de Novembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obra de Fajardo não tem local definido

free-lance para a Folha


Dos nove artistas que participam do projeto (veja a relação de artistas e locais no quadro ao lado), o único que ainda não tem fronteira definida para instalar sua obra é Carlos Fajardo.
Inicialmente concebida para ser realizada em Foz do Iguaçu, para explorar o contraste entre a cachoeira que faz um barulho imenso e o silêncio no interior do cubo que ele pretende construir, a idéia esbarrou em restrições do Ibama.
O Itaú Cultural não conseguiu autorização para a construção da obra ali e está procurando um novo local, com características semelhantes, para instalá-la. Foz do Iguaçu, uma área de 225 mil hectares entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai que tem cerca de 275 quedas d'água, se tornou parque nacional há 60 anos e é Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
"Minha idéia foi pensar a fronteira entre visibilidade e ruído. Entrando no cubo grande, elimina-se o ruído e o som passa a ser realizado por meio do olhar."
Trata-se de um cubo sem nada dentro, feito apenas para explorar a diferença entre o silêncio e a visibilidade do barulho. Fajardo conta que não pensou especificamente no conceito de fronteiras para criar a obra. "Não acredito em fronteira, pensei poeticamente a fronteira em referência à idéia de percepção."
O artista que possui várias obras de arte espalhadas por São Paulo considera o lugar público um lugar direto. "Sem o conforto de uma instituição cultural, a arte pública é para a pessoa comum, para o transeunte. Não é um discurso com leitura definida e o trabalho é feito para essa condição."
Ele não vê nenhuma relação entre essa obra para o projeto "Fronteiras" e trabalhos de artistas representantes da poética da "escultura arquitetural": "Não faço trabalho narrativo. O espectador entra dentro, olha fora, é isso. Arte que comenta, que olha para outras coisas, não me interessa."
Ele aguarda agora a descoberta de outro espaço em que se estabeleça a relação de ruído/silêncio com visibilidade intensa. (JMo)


Texto Anterior: Artes Plásticas: Projeto aposta em integração cultural
Próximo Texto: Noite Ilustrada - Erika Palomino: Neste finde não esqueça seus óculos escuros!
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.