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NOITE ILUSTRADA - ERIKA PALOMINO
Neste finde não esqueça seus óculos escuros!
ENTÃO é fim-de-semana eletrônico em São Paulo. Amanhã tem
a terceira edição da Parada da Paz
e começam festas que não têm
mais fim, DJs internacionais a rodo e uma animação que começa a
dar frio no estômago.
A concentração para a Parada é
amanhã às 14h, na avenida Ibirapuera, esquina com República do
Líbano. O povo vai então, a partir
das 16h, até a Assembléia Legislativa. A Parada da Paz, você sabe, é
na verdade um grande desfile de
dez trios elétricos tocando música eletrônica (tecno, house, trance, drum'n'bass etc.). Foi inspirada na Love Parade alemã, que começou em 89 com 150 pessoas e
hoje em dia reúne mais de 1 milhão, com filhotes em outras cidades como Melbourne e Paris, onde, em sua segunda edição, já
conta com 400 mil pessoas e amplo apoio da prefeitura. Aqui começamos em 97 com 2.000; 15 mil
em 98. Os organizadores, o Mercado Mundo Mix, esperam amanhã vez 50 mil pessoas!!!
E são dez os trios: Lov.e (residentes do clube e convidados); Male
Wear (marca de moda da galeria
Ouro Fino); J&B (DJs Buga e Zé
Pedro); gravadora Trama (DJs e
artistas de seu casting, mais show
do bagunceiro Otto); Cena Trance (DJs do núcleo XXX-Perience e
Space); rádio Metropolitana (DJs
da emissora); Psyko Mobile (comandado por André Meyer, com
DJs de trance e apoio do Manga
Rosa); Red Bull (com Marky
Mark e Patife); U-Turn, com o DJ
Noise, profissionais do staff do
clube e o Level 202. E será que essa vai ser a Parada da Paz do trance? E quem se lembra da Léia Bastos no final do ano passado, com
todo mundo dançando sobre a
grama? Eu lembro. Êêêêêê! A parada é a integração de todas as cenas, de todos os clãs, de todos os
gostos musicais. Vamos lá!
E depois você decide para que festa se jogar por aí, né? Aqui vai
uma seleção com as melhores de
amanhã: Efeitos (r. Leopoldo
Couto de Magalhães, 987): tecno
e house underground com Gil
Barbara, Pil Marques e Daniel
UM, com perfume de Hell's Club
no Manga Rosa. Da meia-noite às
9h. Lov.e Express (r. Pequetita,
189): o convidado é o blega Marco
Bailey, darling de Carl Cox, que
acaba de brilhar no festival amigo
I Love Techno, na Bélgica, mais
Paula e George Actv, da meia-noite às 10h. Urban & Free (Florêncio de Abreu, 814): num casarão perto da estação da Luz, Renato Lopes (tecno e tech-house),
Alex S., Jason Bralli e Camilo Rocha (trance e acid tecno). Sound
Factory (praça Roosevelt, 124):
inauguração do novo endereço
do clube, com Ylya Simione como residente e o talentosérrimo
Gu como convidado, tocando
tecno. Evolution Movement
(Itu): Rica, Feio, Marky e Buga tocam no clube, que tem na área externa tenda da rave XXX-Perience.
E hoje quem quiser sair também
tem babado. É a festa anual Pingente É Quem Pendura (r. Frei
Caneca, 916), com exposição dos
cheques devolvidos da Lôca. Praticamente um clássico. Tem também rave Avonts, dessa vez na
ECA, da USP (av. Prof. Lúcio
Martins Rodrigues, 443). É a
Avonts sem pegar estrada, com
renda revertida para a escola de
cinema da faculdade, de volta às
origens do movimento raver em
São Paulo (nas históricas festas
do bandejão da Química, quem
lembra? Eu lembro). E tem a festa
Supermodel of the Century, na
Disco Fever (Consolação com
Franca), com desfile de peças-milho do acervo de Johnny Luxo. E
quarta-feira tem também festa To
Shout no Manga Rosa, juntando
com a festa do site Oba!Oba!, e o
encerramento do debate "O Jovem e a Cultura da Noite", que
aconteceu na PUC.
E quem ganhou o concurso dos
DJs do Masters at Work 99 na
Mooca, semana passada, foi o DJ
Rica, revelação, aliás, dos Melhores da "Noite Ilustrada 98". Rica
vai para Londres como prêmio. E
quem ganhou o Mix Brasil foi "A
Dama da Noite", com Gilberto
Gawronski, de Mario Diamante.
E o impagável "Os Clubbers
Também Comem", de Luis Felipe
Steffen, ganhou o prêmio de animação, simplesmente por ser
bem animado. E o troféu de autopromoção Ida Feldman foi para o
monitor Thiago Grandeza. Tá
óóótimo, então.
QUEM foi até Maresias ouvir o
DJ inglês Paul Oakenfold viveu
momentos de medo na pista de
dança do clube Sirena, quando tiros (de verdade) foram disparados em plena área vip. O clube faz
revista na entrada, mas quem estava armado era justamente um
delegado. Os seguranças da porta
pediram que ele deixasse as armas dentro do clube, mas, por lei,
ele tem o direito de usá-las em locais públicos. E usou, emprestando para um amigo que esquentou
lá dentro e decidiu atirar para cima. Olha que absurdo. Quem estava lá não sabe como não pegou
em ninguém, já que o clube estava completamente entupido. Os
dois engraçadinhos foram levados para a delegacia de São Sebastião, detidos e liberados após
uma fiança de R$ 200. Na hora
dos tiros, todo mundo foi para o
chão, imaginando algo tipo MorumbiShopping. Só Paul Oakenfold ficou de pé. Fez sinal para as
pessoas ficarem calmas e em seguida pôs uma música para tranquilizar o público. Foi só essa
também, já que depois ele tocou
pesado, mais até do que da vez da
U-Turn, segundo relatos. Para
quem ficou preocupado com "a
imagem que o DJ vai ter do Brasil", ele disse simplesmente que
aquilo não foi nada perto do que
viu uma vez num clube, um cara
cortar o pescoço do outro, com
direito a banho de sangue e tudo,
bem do seu lado. Tanto que, tô
passada, Oakey ainda teve as manhas de levar o próprio projétil
para casa, de recordação!!!
ESPERAMOS que, sem armas,
possamos ver dia 11 de dezembro,
no Sirena, o lendário DJ Alfredo,
de Ibiza, que praticamente inventou o espírito baleárico. Argentino por nascimento, Alfredo se jogou para Ibiza em 82 e em 84 começou sua residência no Amnesia, onde foi ouvido por Paul Oakenfold e seus amigos. O resto é
história. Então vamos ver o ômi
que ele tem muito a ensinar sobre
como se divertir na pista!
DA série bizarro apresenta... Kamikaze. Quem foi à Sexxia, na
BASE, não vai esquecer a apresentação dos performáticos do
grupo internacional de freaks.
Eles engoliram espadas, enfiaram
pregos gigantes no nariz, cortaram um melão com uma faca de
ninja sobre um deles, deitado sobre cacos de vidro, mais outras
coisas que estragariam aqui o café
da manhã do leitor, caso fossem
descritas. Em dois momentos, o
Kamikaze chamou gente da platéia para participar. Flavinha
Ceccato foi. "Sentei numa cadeira
de rodas, e eles ficaram rodando
em volta, como índios prestes a
me comer. Um deles amarrou a
cadeira no próprio pau, por cordas, e saiu puxando! No outro
número, o cara colocou ganchos
de açougue nas costas e puxou a
pessoa da platéia, na cadeira de
rodas. Foi um show absurdo, mas
bem-humorado, com um caráter
circense", diz a sempre polêmica
Flavinha.
MODERNO, moderno, moderno. Jovem, jovem, jovem. É a estratégia da Christian Dior para o
próximo século, nas mãos de
John Galliano. Assim relatou o
presidente da maison, Thierry
Letrilliarl, na abertura da linda loja da marca na Haddock Lobo,
anteontem à tarde. Monsieur Letrilliarl me disse que esteve com
Galliano em Nova York, onde
eles abrem também loja nova, e
que ele só pensa nisso. Nas mãos
da delicada Rosangela Lyra, o espaço brasileiro acompanha também esse novo momento.
E esta coluna agradece às dezenas
de telefonemas, e-mails e faxes falando da música do comercial da
Lucky Strike, que eu não conseguia lembrar de jeito nenhum. É
Moloko, claro! "Fun for Me". E
como o Moloko tem fãs, hein? E a
campanha provou que tem uma
penetração danada. Apareceu até
quem foi que escolheu a música
para o comercial e novidades da
campanha, como o filme em 3D a
ser exibido em bares, quando as
pessoas deverão colocar óculos
para assistir. E pronto. E chega.
E atenção: quarta-feira é o Dia Internacional de Luta contra a Aids.
Bom momento para conscientização e ver que a batalha está longe de estar ganha...
E, neste fim-de-semana, você sabe: don't forget your sunglasses!
E-mail: palomino@uol.com.br
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