São Paulo, Sexta-feira, 26 de Novembro de 1999


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NOITE ILUSTRADA - ERIKA PALOMINO
Neste finde não esqueça seus óculos escuros!

ENTÃO é fim-de-semana eletrônico em São Paulo. Amanhã tem a terceira edição da Parada da Paz e começam festas que não têm mais fim, DJs internacionais a rodo e uma animação que começa a dar frio no estômago.

A concentração para a Parada é amanhã às 14h, na avenida Ibirapuera, esquina com República do Líbano. O povo vai então, a partir das 16h, até a Assembléia Legislativa. A Parada da Paz, você sabe, é na verdade um grande desfile de dez trios elétricos tocando música eletrônica (tecno, house, trance, drum'n'bass etc.). Foi inspirada na Love Parade alemã, que começou em 89 com 150 pessoas e hoje em dia reúne mais de 1 milhão, com filhotes em outras cidades como Melbourne e Paris, onde, em sua segunda edição, já conta com 400 mil pessoas e amplo apoio da prefeitura. Aqui começamos em 97 com 2.000; 15 mil em 98. Os organizadores, o Mercado Mundo Mix, esperam amanhã vez 50 mil pessoas!!!

E são dez os trios: Lov.e (residentes do clube e convidados); Male Wear (marca de moda da galeria Ouro Fino); J&B (DJs Buga e Zé Pedro); gravadora Trama (DJs e artistas de seu casting, mais show do bagunceiro Otto); Cena Trance (DJs do núcleo XXX-Perience e Space); rádio Metropolitana (DJs da emissora); Psyko Mobile (comandado por André Meyer, com DJs de trance e apoio do Manga Rosa); Red Bull (com Marky Mark e Patife); U-Turn, com o DJ Noise, profissionais do staff do clube e o Level 202. E será que essa vai ser a Parada da Paz do trance? E quem se lembra da Léia Bastos no final do ano passado, com todo mundo dançando sobre a grama? Eu lembro. Êêêêêê! A parada é a integração de todas as cenas, de todos os clãs, de todos os gostos musicais. Vamos lá!

E depois você decide para que festa se jogar por aí, né? Aqui vai uma seleção com as melhores de amanhã: Efeitos (r. Leopoldo Couto de Magalhães, 987): tecno e house underground com Gil Barbara, Pil Marques e Daniel UM, com perfume de Hell's Club no Manga Rosa. Da meia-noite às 9h. Lov.e Express (r. Pequetita, 189): o convidado é o blega Marco Bailey, darling de Carl Cox, que acaba de brilhar no festival amigo I Love Techno, na Bélgica, mais Paula e George Actv, da meia-noite às 10h. Urban & Free (Florêncio de Abreu, 814): num casarão perto da estação da Luz, Renato Lopes (tecno e tech-house), Alex S., Jason Bralli e Camilo Rocha (trance e acid tecno). Sound Factory (praça Roosevelt, 124): inauguração do novo endereço do clube, com Ylya Simione como residente e o talentosérrimo Gu como convidado, tocando tecno. Evolution Movement (Itu): Rica, Feio, Marky e Buga tocam no clube, que tem na área externa tenda da rave XXX-Perience.

E hoje quem quiser sair também tem babado. É a festa anual Pingente É Quem Pendura (r. Frei Caneca, 916), com exposição dos cheques devolvidos da Lôca. Praticamente um clássico. Tem também rave Avonts, dessa vez na ECA, da USP (av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443). É a Avonts sem pegar estrada, com renda revertida para a escola de cinema da faculdade, de volta às origens do movimento raver em São Paulo (nas históricas festas do bandejão da Química, quem lembra? Eu lembro). E tem a festa Supermodel of the Century, na Disco Fever (Consolação com Franca), com desfile de peças-milho do acervo de Johnny Luxo. E quarta-feira tem também festa To Shout no Manga Rosa, juntando com a festa do site Oba!Oba!, e o encerramento do debate "O Jovem e a Cultura da Noite", que aconteceu na PUC.

E quem ganhou o concurso dos DJs do Masters at Work 99 na Mooca, semana passada, foi o DJ Rica, revelação, aliás, dos Melhores da "Noite Ilustrada 98". Rica vai para Londres como prêmio. E quem ganhou o Mix Brasil foi "A Dama da Noite", com Gilberto Gawronski, de Mario Diamante. E o impagável "Os Clubbers Também Comem", de Luis Felipe Steffen, ganhou o prêmio de animação, simplesmente por ser bem animado. E o troféu de autopromoção Ida Feldman foi para o monitor Thiago Grandeza. Tá óóótimo, então.

QUEM foi até Maresias ouvir o DJ inglês Paul Oakenfold viveu momentos de medo na pista de dança do clube Sirena, quando tiros (de verdade) foram disparados em plena área vip. O clube faz revista na entrada, mas quem estava armado era justamente um delegado. Os seguranças da porta pediram que ele deixasse as armas dentro do clube, mas, por lei, ele tem o direito de usá-las em locais públicos. E usou, emprestando para um amigo que esquentou lá dentro e decidiu atirar para cima. Olha que absurdo. Quem estava lá não sabe como não pegou em ninguém, já que o clube estava completamente entupido. Os dois engraçadinhos foram levados para a delegacia de São Sebastião, detidos e liberados após uma fiança de R$ 200. Na hora dos tiros, todo mundo foi para o chão, imaginando algo tipo MorumbiShopping. Só Paul Oakenfold ficou de pé. Fez sinal para as pessoas ficarem calmas e em seguida pôs uma música para tranquilizar o público. Foi só essa também, já que depois ele tocou pesado, mais até do que da vez da U-Turn, segundo relatos. Para quem ficou preocupado com "a imagem que o DJ vai ter do Brasil", ele disse simplesmente que aquilo não foi nada perto do que viu uma vez num clube, um cara cortar o pescoço do outro, com direito a banho de sangue e tudo, bem do seu lado. Tanto que, tô passada, Oakey ainda teve as manhas de levar o próprio projétil para casa, de recordação!!!

ESPERAMOS que, sem armas, possamos ver dia 11 de dezembro, no Sirena, o lendário DJ Alfredo, de Ibiza, que praticamente inventou o espírito baleárico. Argentino por nascimento, Alfredo se jogou para Ibiza em 82 e em 84 começou sua residência no Amnesia, onde foi ouvido por Paul Oakenfold e seus amigos. O resto é história. Então vamos ver o ômi que ele tem muito a ensinar sobre como se divertir na pista!

DA série bizarro apresenta... Kamikaze. Quem foi à Sexxia, na BASE, não vai esquecer a apresentação dos performáticos do grupo internacional de freaks. Eles engoliram espadas, enfiaram pregos gigantes no nariz, cortaram um melão com uma faca de ninja sobre um deles, deitado sobre cacos de vidro, mais outras coisas que estragariam aqui o café da manhã do leitor, caso fossem descritas. Em dois momentos, o Kamikaze chamou gente da platéia para participar. Flavinha Ceccato foi. "Sentei numa cadeira de rodas, e eles ficaram rodando em volta, como índios prestes a me comer. Um deles amarrou a cadeira no próprio pau, por cordas, e saiu puxando! No outro número, o cara colocou ganchos de açougue nas costas e puxou a pessoa da platéia, na cadeira de rodas. Foi um show absurdo, mas bem-humorado, com um caráter circense", diz a sempre polêmica Flavinha.

MODERNO, moderno, moderno. Jovem, jovem, jovem. É a estratégia da Christian Dior para o próximo século, nas mãos de John Galliano. Assim relatou o presidente da maison, Thierry Letrilliarl, na abertura da linda loja da marca na Haddock Lobo, anteontem à tarde. Monsieur Letrilliarl me disse que esteve com Galliano em Nova York, onde eles abrem também loja nova, e que ele só pensa nisso. Nas mãos da delicada Rosangela Lyra, o espaço brasileiro acompanha também esse novo momento.

E esta coluna agradece às dezenas de telefonemas, e-mails e faxes falando da música do comercial da Lucky Strike, que eu não conseguia lembrar de jeito nenhum. É Moloko, claro! "Fun for Me". E como o Moloko tem fãs, hein? E a campanha provou que tem uma penetração danada. Apareceu até quem foi que escolheu a música para o comercial e novidades da campanha, como o filme em 3D a ser exibido em bares, quando as pessoas deverão colocar óculos para assistir. E pronto. E chega.

E atenção: quarta-feira é o Dia Internacional de Luta contra a Aids. Bom momento para conscientização e ver que a batalha está longe de estar ganha...

E, neste fim-de-semana, você sabe: don't forget your sunglasses!

E-mail: palomino@uol.com.br


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