São Paulo, quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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ANÁLISE

Festival de Cinema de Brasília ganha nova chance

ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O bafafá em torno de "Lula, o Filho do Brasil" e a repercussão de "É Proibido Fumar", de Anna Muylaert, que saiu do Distrito Federal com oito prêmios, reacende as esperanças, entre os organizadores do Festival de Cinema de Brasília (encerrado anteontem), de que o evento volte a atrair produtores e cineastas de prestígio.
A despeito da tradição e dos bons prêmios em dinheiro, o festival, nos anos recentes, tem tido dificuldades para impor-se no calendário cinematográfico brasileiro. Seja pela exigência de ineditismo, seja pela concorrência da Mostra de São Paulo e do Festival do Rio, têm sobrado, para Brasília, filmes sem representatividade -para não falar sem qualidade.
A seleção deste ano foi, sem dúvida, melhor que a de 2008. Teve, ainda assim, entre os seis longas-metragens, escolhas complicadas, como o documentário "Perdão Mister Fiel" e a ficção "O Homem Mau Dorme Bem". A seleção dos 12 curtas-metragens, por outro lado, guardou uma série de boas surpresas, como os premiados "Recife Frio", "Ave Maria" e "Baião".
Contou também a favor do festival deste ano a premiação do júri. Nas categorias principais, no lugar do habitual "loteamento" de troféus, destinado a afagar amigos ou acalmar ânimos, houve uma concentração de prêmios em "É Proibido Fumar" -realmente superior aos demais- e um reconhecimento de méritos dos documentários "Quebradeiras" e "Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano".
O festival, que terminou 2008 combalido, chega ao final desta edição com um pouco mais de fôlego e chances de se repensar. E seus tropeços, mais do que como fato isolado, talvez devam ser vistos como espelho das dificuldades enfrentadas pelo cinema independente brasileiro. (ANA PAULA SOUSA)


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