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ANÁLISE
Festival de Cinema de Brasília ganha nova chance
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O bafafá em torno de "Lula, o
Filho do Brasil" e a repercussão
de "É Proibido Fumar", de Anna Muylaert, que saiu do Distrito Federal com oito prêmios,
reacende as esperanças, entre
os organizadores do Festival de
Cinema de Brasília (encerrado anteontem), de que o evento
volte a atrair produtores e cineastas de prestígio.
A despeito da tradição e dos
bons prêmios em dinheiro, o
festival, nos anos recentes, tem
tido dificuldades para impor-se
no calendário cinematográfico
brasileiro. Seja pela exigência
de ineditismo, seja pela concorrência da Mostra de São Paulo e
do Festival do Rio, têm sobrado, para Brasília, filmes sem representatividade -para não falar sem qualidade.
A seleção deste ano foi, sem
dúvida, melhor que a de 2008.
Teve, ainda assim, entre os seis
longas-metragens, escolhas
complicadas, como o documentário "Perdão Mister Fiel"
e a ficção "O Homem Mau Dorme Bem". A seleção dos 12 curtas-metragens, por outro lado,
guardou uma série de boas surpresas, como os premiados
"Recife Frio", "Ave Maria" e
"Baião".
Contou também a favor do
festival deste ano a premiação
do júri. Nas categorias principais, no lugar do habitual "loteamento" de troféus, destinado a afagar amigos ou acalmar
ânimos, houve uma concentração de prêmios em "É Proibido
Fumar" -realmente superior
aos demais- e um reconhecimento de méritos dos documentários "Quebradeiras" e
"Filhos de João, Admirável
Mundo Novo Baiano".
O festival, que terminou
2008 combalido, chega ao final
desta edição com um pouco
mais de fôlego e chances de se
repensar. E seus tropeços, mais
do que como fato isolado, talvez
devam ser vistos como espelho
das dificuldades enfrentadas
pelo cinema independente brasileiro.
(ANA PAULA SOUSA)
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