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MinC paga R$ 489 mil para Bia Lessa produzir festa
Diretora dirigirá cerimônia da Ordem do Mérito, que custará R$ 1,5 milhão
No ano passado, o diretor teatral Luiz Fernando Lobo recebeu cachê de R$ 15 mil pela concepção do evento
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Ministério da Cultura
contratou a diretora e cenógrafa paulista Bia Lessa
("Formas Breves") por R$
489.369 para a direção e produção da cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural deste ano.
O evento acontece no próximo dia 2 de dezembro no
Teatro Municipal do Rio de
Janeiro.
À Folha, Bia Lessa afirmou, por e-mail, que "esse
valor corresponde à concepção, direção-geral e produção artística da cerimônia,
que envolve muitos serviços
especializados".
A premiação, entregue
desde 1995, vai custar aos cofres públicos cerca de R$ 1,5
milhão. No ano passado, o
orçamento do mesmo evento
foi de aproximadamente R$
1,3 milhão.
Esse valor inclui, por
exemplo, despesas com hospedagens e passagens aéreas
dos vencedores em 40 categorias. Eles não recebem nenhum valor em dinheiro pela
premiação.
Segundo Lucas Arruda,
que produz o evento com Bia
Lessa, os R$ 489.369 cobrados incluem a contratação de
uma banda, a construção do
cenário e a realização de vídeos de apresentação que
acompanham o evento, entre
outros itens.
CACHÊ
Desse montante, está especificado em contrato com o
Ministério da Cultura o cachê
da diretora, que é de R$ 85
mil. Luiz Fernando Lobo, diretor de teatro que assinou a
concepção do evento no ano
passado, recebeu R$ 15 mil
na ocasião.
A trilha sonora da cerimônia, por exemplo, está no pacote, segundo Arruda. Foi
composta por Daniel Roland,
que cobrou R$ 15 mil para
executar essa função.
A contratação da banda
que vai se apresentar durante a cerimônia, formada por
Pedro Sá, David Moraes, Ricardo Dias Gomes e Domenico, consumiu ainda outros
R$ 30 mil, também de acordo
com Arruda.
INEXIGIBILIDADE
Por meio da assessoria de
imprensa, o Ministério da
Cultura explicou que a contratação de Lessa foi feita
com base em lei que prevê
inexigibilidade em caso de
contratação de profissional
de qualquer setor artístico,
"desde que consagrado pela
crítica especializada ou pela
opinião pública". O termo
garante a contratação sem licitação.
Também segundo a assessoria de imprensa, "o ministério realizou pesquisa de
preço no mercado, mostrando que o valor cobrado está
no padrão de outros contratos realizados pela mesma
profissional".
O MinC justificou o valor
da produção dizendo "haver
necessidade de dar importância à lista de agraciados
da Ordem do Mérito Cultural,
em reconhecimento às personalidades que deram importante contribuição à cultura
brasileira".
O homenageado desta edição é o antropólogo e educador mineiro Darcy Ribeiro
(1922-1997).
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