São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2010

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MinC paga R$ 489 mil para Bia Lessa produzir festa

Diretora dirigirá cerimônia da Ordem do Mérito, que custará R$ 1,5 milhão

No ano passado, o diretor teatral Luiz Fernando Lobo recebeu cachê de R$ 15 mil pela concepção do evento

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Ministério da Cultura contratou a diretora e cenógrafa paulista Bia Lessa ("Formas Breves") por R$ 489.369 para a direção e produção da cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural deste ano.
O evento acontece no próximo dia 2 de dezembro no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
À Folha, Bia Lessa afirmou, por e-mail, que "esse valor corresponde à concepção, direção-geral e produção artística da cerimônia, que envolve muitos serviços especializados".
A premiação, entregue desde 1995, vai custar aos cofres públicos cerca de R$ 1,5 milhão. No ano passado, o orçamento do mesmo evento foi de aproximadamente R$ 1,3 milhão.
Esse valor inclui, por exemplo, despesas com hospedagens e passagens aéreas dos vencedores em 40 categorias. Eles não recebem nenhum valor em dinheiro pela premiação.
Segundo Lucas Arruda, que produz o evento com Bia Lessa, os R$ 489.369 cobrados incluem a contratação de uma banda, a construção do cenário e a realização de vídeos de apresentação que acompanham o evento, entre outros itens.

CACHÊ
Desse montante, está especificado em contrato com o Ministério da Cultura o cachê da diretora, que é de R$ 85 mil. Luiz Fernando Lobo, diretor de teatro que assinou a concepção do evento no ano passado, recebeu R$ 15 mil na ocasião.
A trilha sonora da cerimônia, por exemplo, está no pacote, segundo Arruda. Foi composta por Daniel Roland, que cobrou R$ 15 mil para executar essa função.
A contratação da banda que vai se apresentar durante a cerimônia, formada por Pedro Sá, David Moraes, Ricardo Dias Gomes e Domenico, consumiu ainda outros R$ 30 mil, também de acordo com Arruda.

INEXIGIBILIDADE
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério da Cultura explicou que a contratação de Lessa foi feita com base em lei que prevê inexigibilidade em caso de contratação de profissional de qualquer setor artístico, "desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública". O termo garante a contratação sem licitação.
Também segundo a assessoria de imprensa, "o ministério realizou pesquisa de preço no mercado, mostrando que o valor cobrado está no padrão de outros contratos realizados pela mesma profissional".
O MinC justificou o valor da produção dizendo "haver necessidade de dar importância à lista de agraciados da Ordem do Mérito Cultural, em reconhecimento às personalidades que deram importante contribuição à cultura brasileira".
O homenageado desta edição é o antropólogo e educador mineiro Darcy Ribeiro (1922-1997).


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